EU CURTO SER MÃE: Trombofilia
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terça-feira, 2 de agosto de 2022

6 doencas que causam dificuldade de engravidar

23:43 0
6 doencas que  causam dificuldade de engravidar


 Só quem é ou foi tentante sabe a dor que carrega essa fase. É frustrante e triste aguardar um positivo, que parece nunca vir. 

Existem vários motivos para a infertilidade ou que causem dificuldade de engravidar e você deve fazer uma investigação após um ano tentando engravidar, sem sucesso. 

Listei para vocês algumas das causas mais comuns . Vejam a seguir:

1. Disfunção da tireoide

A tireoide é chamada de “maestrina” do metabolismo. Isso porque ela produz os hormônios T3 e T4, que ajudam a regular a função de diversos órgãos, como intestinos, cérebro, rins, fígado e coração.

Em desequilíbrio, esses hormônios atrapalham a gestação. Começando com o hipertireoidismo, com a alta produção dos hormônios T3 e T4, o metabolismo fica acelerado, bem como as funções corporais.

Assim, muitas mulheres não ovulam e têm a menstruação irregular ou suspensa – o que impede a gestação. Se a gestação ocorre, pode haver alterações no feto ou aborto. Portanto, é importante tratar o problema antes de engravidar ou, caso a gestação aconteça, ter acompanhamento durante todo período.

2.FSH alto

FSH é a sigla para o hormônio folículo-estimulante, uma substância que auxilia o ovário na produção de hormônios. Toda mulher nasce com o número exato de óvulos que terá durante sua vida e, a cada ciclo, libera os que serão fecundados e gerarão embriões ou, então, serão expelidos na menstruação.

Conforme os anos passam, a quantidade de óvulos diminui e essa redução faz com que acabemos por produzir menos hormônios, o que pode indicar a falência ovariana, o fim da idade reprodutiva. O cérebro, então, turbina a produção de FSH. A ideia, com isso, é obter uma resposta do ovário e estimulá-lo a produzir mais hormônios.

Então, quando o exame da tentante mostra o TSH alto, sua reserva ovariana pode estar baixa. Trata-se de uma situação que gera bastante preocupação, afinal, não é possível recuperar os óvulos que já se esgotaram. Porém, é possível, com cuidados corretos, melhorar a qualidade dos óvulos e da ovulação e baixar o FSH.

3. Hiperestrogenismo

O estradiol é um hormônio que, produzido pelos ovários, pela glândula adrenal e pela placenta (neste caso, durante a gravidez), tem imenso impacto no bem-estar e na saúde da mulher, em todas as fases da sua vida. E o que o estradiol alto tem a ver com a infertilidade?

O estradiol é o antagonista da progesterona, ou seja, onde sobra estradiol, falta progesterona ou se cria uma resistência à progesterona. E, sem progesterona, não há gravidez. Portanto, quando o estradiol está muito alto (hiperestrogenismo), existe a dificuldade em engravidar. O tratamento inclui mudanças no estilo de vida e, em casos extremos, a adoção de implantes hormonais pode ser necessária.

4. Trombofilia

A trombofilia, de forma simplificada, é a propensão a formação de coágulos que percorre a corrente sanguínea e, ao se deparar com um vaso mais estreito, o ‘entope’ causando a interrupção da passagem do fluxo sanguíneo (entenda melhor clicando aqui) Essa condição pode ser bastante grave, porque o sangue carrega oxigênio e alimenta o organismo. Na obstetrícia, a trombofilia está ligada à morte placentária, que é quando o coágulo interrompe a alimentação do bebê porque bloqueou os vasos da placenta.

A trombofilia pode ser classificada como hereditária ou adquirida. Para saber se há predisposição ao problema, é necessário fazer alguns exames laboratoriais. 

5. Endometriose

A endometriose é uma inflamação sistêmica que pode interferir em diversas etapas do processo de fecundação e implantação do embrião. A doença também altera a anatomia do sistema reprodutor, já que pode estar presente nos ovários, tubas uterinas, útero e outros órgãos. Além disso, a inflamação sistêmica libera substâncias capazes de interferir no sistema imunológico, dificultando ainda mais todo o processo. O tratamento para a enfermidade é realizado através de excisão de hormônios ou cirurgias.

No caso de exame positivo, a gestante ou tentante entra em um processo de tratamento preventivo. Essa é uma maneira de preservar tanto a mãe quanto o bebê que está por vir. Esse é um dos únicos quadros que, diretamente, independe da mudança do estilo de vida da paciente para que se obtenham ganhos consideráveis no tratamento.

6. Síndrome do ovário policístico

Esse termo, conhecido por muitas mulheres, refere-se a um conjunto de sinais e sintomas da síndrome, que inclui cistos nos ovários. Mas não basta apresentar cistos para que uma mulher seja diagnosticada com SOP: para que se feche o quadro, é necessário que se apresentem alguns sintomas como:

•Menstruação irregular ou inexistente;

•Resistência à insulina ou diabetes;

•Pelos em locais pouco comuns do corpo (como costas e rosto);

•Manchas escuras pela pele;

•Problemas de pele e queda de cabelos.

​Por causar resistência à insulina, o médico deve avaliar se existe a necessidade do uso de medicação para o quadro. 


domingo, 5 de setembro de 2021

Covid impacta na fertilidade masculina

14:37 0
Covid impacta na fertilidade masculina

 


Você sabia que a covid-19 também pode afetar a fertilidade masculina? 🤔


Pesquisadores brasileiros, da USP, buscam entender de que forma o vírus afeta a produção de hormônios e espermatozoides.


Uma das hipóteses é a de que o vírus atinge os vasos dos testículos, diminui a presença de oxigênio na região e cria fibroses que atrapalham a passagem dos espermatozoides pelos túbulos seminíferos. A covid-19 também leva à perda de células de Leydig, que produzem testosterona.


A falta de testosterona pode levar à perda muscular, cansaço, irritabilidade e ganho de peso. Todos esses sinais podem ser facilmente confundidos com os efeitos de longo prazo da covid-19. 

 

Por isso mesmo, a recomendação é que todos os homens que em algum momento testaram positivo para a covid-19 façam acompanhamento médico periódico, com urologista ou andrologista, mesmo depois do fim dos sintomas clássicos da doença. 


Tem mais informações sobre esse assunto no nosso site! É só clicar no link da bio 😉


#crescer #saúde #fertilidade #covid19


quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Trombose e uso de pílulas anticoncepcionais

13:10 1
Trombose e uso de pílulas anticoncepcionais

Um tema muito abordado atualmente é a ligação entre o uso da pílula e o risco do desenvolvimento de tromboses. Exames laboratoriais já disponíveis no mercado são capazes de detectar alterações que potencializam o desenvolvimento de coágulos sanguíneos, auxiliando os médicos na indicação de métodos contraceptivos mais adequados para cada paciente.      

As pílulas anticoncepcionais trazem em sua composição uma mistura de diferentes tipos de hormônios. Hoje é possível encontrar no mercado uma grande gama desse contraceptivo, em diferentes dosagens hormonais. Mas esse método pode não ser adequado a todas as mulheres. “Estudos mostram que o uso de pílulas eleva o risco de coágulos sanguíneos. Embora esse aumento seja estatisticamente significativo, é muito pequeno em termos de risco individual”, destaca o farmacêutico bioquímico Adriano Basques, gerente técnico do Laboratório Geraldo Lustosa.

Os coágulos de sangue que se desenvolvem em uma veia maior também são conhecidos como Trombose Venosa Profunda (TVP). Ela geralmente ocorre em uma veia profunda da perna, que atravessa os músculos da panturrilha e da coxa. Pode causar dor e inchaço na perna, vermelhidão, pele quente principalmente na parte posterior do joelho, e em alguns casos pode levar a complicações como a embolia pulmonar.  Esse agravamento ocorre quando um fragmento de coágulo se solta na corrente sanguínea e bloqueia um dos vasos sanguíneos nos pulmões.        

Qualquer pessoa pode desenvolver a trombose, mas torna-se mais comum ao longo dos 40 anos. Além da idade, também há uma série de outros fatores de risco, incluindo: ter um histórico de TVP ou embolia pulmonar; ter uma história familiar de coágulos sanguíneos; estar inativa por longos períodos - como após uma cirurgia ou durante uma longa jornada; danos nos vasos sanguíneos; ter certas condições ou tratamentos que fazem com que seu sangue coagule mais facilmente do que o normal - como câncer (incluindo tratamento de quimioterapia e radioterapia), doença cardíaca e pulmonar; estar grávida - o sangue também coagula mais facilmente durante a gravidez - e excesso de peso ou obesidade.

 Além do histórico clínico, há exames específicos que trazem informações sobre a predisposição para desenvolver a trombose venosa, como a investigação da predisposição genética para trombofilia e a pesquisa da síndrome antifosfolipídica, um distúrbio do sistema imunológico que causa um risco aumentado de coágulos sanguíneos.

 A correta prescrição dessa medicação, portanto, deve acontecer com o auxílio médico. As mulheres que desejam usar o contraceptivo devem estar cientes dos principais fatores de risco para o tromboembolismo e dos principais sinais e sintomas.

“Para a prescrição da pílula contraceptiva oral combinada, é necessário levar em consideração os fatores de risco da mulher individualmente, como o estilo de vida e a história clínica. As mulheres também devem estar cientes dos sinais e sintomas de coágulos sanguíneos venosos, como a TVP. Se uma mulher que toma a pílula experimenta um inchaço inexplicável ou uma dor na perna, ou falta de ar e / ou dor no peito, ela deve procurar ajuda médica imediatamente”, esclarece Adriano.

Segundo o farmacêutico, os exames laboratoriais podem ajudar o médico a decidir se a pílula anticoncepcional é adequada para cada mulher. No caso da contraindicação, o médico também poderá apresentar métodos alternativos de contracepção.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

O que é trombofilia e como diagnosticar?

22:08 2
O que é trombofilia e como diagnosticar?

A Trombofilia é uma condição que promove alterações na coagulação sanguínea. Esta foi a causa da morte de meu primeiro filho, Francisco, e me levou a uma batalha para ter Iolanda comigo (leia aqui) . Nesta postagem, vou falar de uma maneira mais ampla desta condição. 

São vários tipos de trombofilia divididas em dois grupos: adquiridas e hereditárias (eu tenho mutação MTHFR C667T homozigoto (nos dois genes). Para descobrir se tem trombofilia é necessário fazer uma investigação. A maioria dos médicos só solicita essa análise depois de algum episódio trombótico. Eu não concordo com essa conduta e é algo que eu gostaria que fosse obrigatório. 

Não é apenas durante a gestação que a trombofilia se manifesta. O uso de anticoncepcionais combinados (mais de um hormônio), por exemplo, coloca em risco mulheres que têm essa condição. Reposição hormonal, viagens longas de avião, cirurgias e pós-operatório são outros fatores que podem ocasionar problemas sérios como embolia pulmonar, AVC, trombose. 

Veja quais são os principais exames*

Trombofilias hereditárias 

- Mutação do Fator V de Leiden (R506Q)  
- Mutação do gene da protrombina (fator II- G20210A) 
- Deficiência da Antitrombina 
- Deficiência da proteína C 
- Deficiência da proteína S  
- Mutação do gene da metilieno tetrahidrofolato redutase – (MTHFR) - (Variantes 677C>T e 1298A>C)
- Aumento do fator VIII (estudos recentes) 
- Fator IX e XI elevados(estudos recentes)
- Fator XIII (Fator XIII Val-34-Leu) – estudos recentes
Polimorfismo no gene beta-cistationina sintetase 
- Hiperhomocisteinemia - 
Mutação PAI­‑1 675G>A (4G/5G) e 844A>G (estudos recentes)  
- Níveis elevados do Fator de von Willebrand (F vW) – ainda em estudo

Trombofilias adquiridas 
- Anticoagulante lúpico - 
- Anticorpos anticardiolipina -
- Anticorpos antifosfatidilserina –  
- FAN (fator antinuclear) - 
-  Anticorpos anti- beta-2-glicoproteína 1 - 
- Anti-fosfatidil-etanolamina -
- lipoptn (a) -


A presença dessas alterações no sangue das mulheres sugere causas imunológicas e/ou trombofilias. 

Histórico familiar

É importante relatar ao seu ginecologista antes mesmo de engravidar a respeito de casos familiares relacionados a coagulação. Nem toda mulher que teve trombose tem trombofilia, mas isso é um dado que não pode ser ignorado. Casos de aborto recorrente, pré-eclampsia, bebês com restrição de crescimento também devem ser relatados para que o médico tenha elementos para a investigação das trombofilias. 

Obesidade, tabagismo, sedentarismo, diabetes, pressão alta, doença oncológica e uso de anticoncepcionais não podem ser esquecidas. Todos esses são fatores de risco que podem desencadear eventos trombóticos. O médico deverá traçar o perfil genético da paciente, associado ao estilo de vida. Mas apenas os exames darão respostas exatas. 

Gravidez e trombofilia

A gestação por si só pode ser considerada um fator de risco para eventos trombóticos, pois o corpo encontra-se em estado de  hipercoagulabilidade do sangue. Para mulheres que têm trombofilia, o quadro pode se agravar. A trombofilia pode causar abortos recorrentes, restrição de crescimento fetal, descolamento de placenta, pré-eclampsia, Síndrome Help  e o óbito fetal em qualquer idade gestacional. Há estudos relacionados à dificuldade de implantação do embrião e, com isso, a falsa ideia de problemas de fertilidade. 

Uma gravidez saudável depende da circulação útero-placentária. O tratamento com anticoagulantes aumenta em mais de 80% as chances de sucesso de uma gravidez de trombofílica. O tratamento é feito com  heparina de baixo peso molecular,  que não atravessam a barreira placentária. O Ácido Acetilsalicílico (AAS, Aspirina...) também é comumente usado em um tratamento isolado ou conjunto com a heparina. 

A heparina mais famosa é a Clexane. Esta é apenas uma marca, registrada por um laboratório. Existem outras marcas no mercado bem mais baratas. Eu fiz uma postagem sobre isso aquiO Estado fornece as heparinas, mas em cada local o procedimento é de uma forma para conseguir. Aqui em eu conto como consegui em Belo Horizonte


Ultrassom com doppler

O ultrassom com doppler é importantíssimo para qualquer grávida. QUALQUER UMA! Até porque, muitas trombofílicas só irão descobrir essa condição depois de uma complicação, visto que os exames não são obrigatórios e nem facilmente pedidos pelos médicos. Eis aí a grande importância do ultrassom com doppler.  

Ele avalia a vitalidade do bebê. Verifica o fluxo de sangue e de oxigênio para o feto e para a placenta. Indica se vai tudo bem com as artérias uterinas. Alterações no doppler também podem indicar problemas de hipertensão ou pré-eclâmpsia.

Para quem tem trombofilia é fundamental a realização de todos os ultrassons com doppler. Eu fiz desde o primeiro. Mas importante mesmo é que no segundo e terceiro semestre seja com doppler. Todos? Sim, todos! E de preferência com o mesmo ultrassonografista. Aproveito para deixar aqui a minha indicação, pra quem é de BH, para a clínica Sonar e, especialmente, o dr. Paulo Roberto Massahud (leia aqui a minha experiência). 

Importante dizer que não basta fazer um ultrassom com doppler e relaxar. A maioria dos médicos faz isso (com o Francisco o médico-monstro agiu exatamente assim, pedindo apenas um com 27 semanas). Não adianta! O doppler garante a vitalidade fetal em torno de 20. 

Exijam dos seus médicos que o ultrassom seja SEMPRE com doppler. Mesmo se ele disser que não precisa. Mesmo se ele não quiser. Fale que VOCÊ quer. É importante para você e o seu bebê e, acredite, pode salvar vidar!




sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Chocolate na gravidez faz bem

12:30 0
Chocolate na gravidez faz bem
Chocolate durante gravidez pode ajudar a prevenir a pré-eclâmpsia (hipertensão). Uma pesquisa da Universidade Yale, nos Estados Unidos, sugere que mulheres que saboreiam a delícia ao menos cinco vezes por semana estão 40% menos propensas a desenvolver o problema do que aquelas que a consomem menos de uma vez. O composto teobromina, encontrado principalmente nas variedades amargas e meio-amargas, pode ser o responsável pelo benefício.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Alimentação na gravidez que favorece a circulação

18:45 4
Alimentação na gravidez que favorece a circulação


Como já contei aqui, a gravidez da Iolanda foi muito regrada. Eu não podia correr o risco de ter nenhum outro problema gestacional além da trombofilia e como na gravidez do Francisco desenvolvi diabetes gestacional, a alimentação foi ponto forte no controle. Eu cheguei a ir a um endocrinologista, mas não segui acompanhada por ele, porque minha obstetra estava sempre muito atenta a tudo e pedia todos os exames necessários, além de orientar no que fosse necessário. Mas nem sempre há uma obstetra tão completa como a que me atendeu e se há necessidade de controlar a alimentação na gravidez, é interessante pensar no acompanhamento de endócrino e nutricionista, sim. 

Neste post, vou contar algumas das coisas que incluí na minha dieta. Retirei o glúten ( por causa do alto índice glicêmico porque alguns estudos demonstram que o ele pode prejudicar a circulação, diminuindo o fluxo sanguíneo) 
e o açúcar ( isso desde a gravidez do Francisco e contei aqui neste post quais os adoçantes permitidos e produtos dietéticos) e cortei também fritura. Os grandes aliados para isso dar certo foram a tapioca (leia este post), o pão de queijo, o biscoito polvilho (amiguinhos se glúten). Eu também substituí o arroz por quinoa passei a adorar. Aqui neste post eu dou uma receita de risoto de quinoa.  A quinoa é é fonte de cálcio, ferro e ácidos graxos ômega 3 e 6. Como qualquer cereal, é muito rica em fibras, sendo portanto uma ótima fonte de carboidratos para a alimentação. Além disso, a quinoa possui quantidades importantes de vitaminas do complexo B.

Agora vou dar algumas dicas que melhoram a circulação sanguínea e ajudam todas as grávidas. O corpo durante a gestação mantém-se mais coagulado e para quem tem trombofilia isso é o grande risco, pois acaba-se formando trombos que podem comprometer a passagem de nutrientes e oxigênio para o feto. 


- Vitamina C (frutas, muitas frutas. Mas cuidado com a ingestão da frutose em excesso no risco de diabetes gestacional)


Alimentos que contêm vitamina C e flavonoides juntos (frutas cítricas e silvestres) fortalecem as paredes dos vasos sanguíneos, além de impedir os radicais livres de comprometer a sua resistência. 


- Cebola e mirtilho

A quercetina, flavonoide encontrado na cebola roxa e mirtilo, como sendo muito eficiente na prevenção de vasinhos, tendo ação anti-inflamatória. 

-Abacaxi
A bromelaína, uma enzima naturalmente presente no abacaxi, auxilia na circulação. 

-Peixes, chia e linhaça
Ricos em ômegas, especialmente do tipo 3, esses alimentos ajudam a evitar a formação de coágulos (trombose) e de depósitos de gordura (aterosclerose), aumentando a fluidez sanguínea e reduzindo a pressão arterial. 

- Suco de uva integral
Os flavonoides, ácidos fenólicos e o resveratrol encontrados nas sementes e cascas das uvas, possuem atividades antioxidantes, que contribuem para o efeito cardioprotetor, incluindo a habilidade de inibir as atividades de agregação plaquetária e formação de trombose.

- Alho
Aumenta a fluidez sanguínea. Use para temperar ou coma puro. 

>>>>>>Mude os hábitos!
Evite consumir gorduras saturadas e trans, pois elas irão se depositar em forma de placas nas suas artérias e veias, dificultando a passagem do sangue. Evite os alimentos industrializados, pois são ricos em sódio. 

>>>>>> Repouso na gravidez
A menos que você tenha indicação para fazer repouso, não faça. A gravidez já prejudica a circulação em todas as mulheres, pelo aumento dos níveis de estrogenio. O sedentarismo prejudica a circulação sanguínea. Movimente-se mesmo que em caminhadas leves. Gravidez com trombofilia não tem indicação para repouso. Até prejudica! 

>>>>>>>> Beba muita água!
A grávida precisa de mais água para que o corpo dê conta de tantas mudanças. Ande sempre com uma garrafinha e aumente o seu consumo normal.


quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Nove comprimidos, uma picadinha e muito amor

21:48 0
Nove comprimidos, uma picadinha e muito amor

A gravidez de Iolanda foi cercada de cuidados. Além da trombofilia, que de fato é o mais grave, precisei cuidar também de diabetes gestacional (que não se desenvolveu pela dieta rígida que segui), hipotireoidismo, incompatibilidade sanguínea com o pai (sou RH negativo com risco de eritoblastose fetal). 

Na gravidez tive um problema cardíaco também. A regurgitação da válvula mitral. Basicamente, a válvula mitral não estava fechando corretamente, deixando o sangue voltar, o que me causava enorme cansaço a qualquer esforço. Isso ocorreu apenas na gravidez, pela sobrecarga do organismo. Já passou. 

Na metade da gravidez, comecei com contrações fortes, correndo risco de entrar em trabalho de parto. Por isso, fiquei de repouso quase que a gestação inteira. Esses aí são os medicamentos que usei. A injeção de heparina de baixo peso molecular usei dois tipos: Versa e Fragmin. São várias marcas e todas têm o mesmo resultado. Contra a trombofilia usei também AAS, que atua como desagregador plaquetário.

 Auxiliando na coagulação usamos ômega 3, ácido fólico (sim, ele atua na prevenção de trombos, em especial quem tem mutação do metileno-o meu caso), vitaminas do complexo B. Ao todo foram 9 comprimidos e uma injeção todo dia. Muita luta e uma recompensa gigante. Valeu demais!

Opções mais baratas que Clexane pra trombofilia

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Opções mais baratas que Clexane pra trombofilia

Heparina é uma medicação injetável que apresenta efeito anticoagulante. Seu uso é indicado para gravidez de trombofílicas e em alguns casos em tratamentos de reprodução. Na gravidez, usa-se a heparina de baixo peso molecular, enoxoparina sódica ou deltaparina sódica. A mais famosa é a Clexane, e também a mais cara. 

A dose profilática, usada como prevenção, de 40mg custa cerca de 40 reais. O efeito dura 24 horas. No mercado há outras opções mais baratas e com igual eficiência. São elas Versa, Fragmin, Hemotol, Heptron, Enoxalow. A Enoxalow custa quase metade do Clexane, podendo ser encontrada por cerca de 23 reias (na Agille uma caixa com 10 custa 234,90).

 Ainda assim, tendo em vista que é necessário usar uma por dia, durante toda a gravidez e pós-parto (os 40 dias após o parto são de risco enorme para trombose), o tratamento acaba ficando caro. Há alguns casos onde se torna necessário usar uma dose maior e isso encarece ainda mais o tratamento.

 A boa notícia é que o SUS fornece. E até mesmo alguns planos de saúde. Em alguns Estados é menos burocrático (em Belo Horizonte já postei aqui e é bem tranquilo). Em outros, é necessário entrar com mandado de segurança. Vou fazer um outro post explicando. #trombofilia

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Como conseguir heparina pelo SUS em Belo Horizonte

20:12 4
Como conseguir heparina pelo SUS em Belo Horizonte
O medicamento usado como anticoagulante injetável é a heparina. Na gravidez faz-se o uso de enoxiparina ou deltaparina, que nada mais são do que heparinas de baixo peso molecular. A mais conhecida é a Clexane, mas também a mais cara. Versa, Fragmim, Heptrom, Enoxalow apresentam a mesma eficiência no tratamento. O anticoagulante tem duração de 24 horas e deve ser usado durante toda a gestação e 40 dias após o parto, período extremamente perigoso para a mulher em função dos níveis hormonais.
O tratamento é caro. Uma injeção pode custar de 40 a 15 reais, dependendo da marca. Uma por dia. Faz as contas...


O Estado fornece, mas a forma para se conseguir varia. Em alguns casos é necessário entrar com uma ação judicial. Em outros, basta ir a um posto de saúde com os exames e relatórios. Esta imagem é o procedimento aqui em Belo Horizonte. Não sei falar de outros locais. Eu nem levei o relatório do hematologista, apenas do obstetra. Os obstetras que conhecem e tratam gestantes com trombofilia sabem de que forma deve ser o relatório. Mas se for preciso, no posto explicam direitinho. Os documentos seguem para a Secretaria de Saúde para aprovação e os medicamentos são retirados mensalmente no posto de saúde.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

A luta pelo diagnóstico da trombofilia

21:45 0
A luta pelo diagnóstico da trombofilia

Um dia antes da data marcada para a cesariana de seu primeiro bebê, a jornalista e blogueira Letícia Murta, 35, acordou e percebeu que, diferentemente dos dias anteriores, Francisco não se mexia. Ela foi ao médico, e o diagnóstico não poderia ser pior: o coração do seu filho, gerado nove meses antes, não batia mais. Como explicar a morte repentina em uma gravidez até então tranquila e acompanhada por médico?

Reportagem sobre trombofilia publicada no jornal O Tempo (leia aqui)




Leia a segunda parte da reportagem aqui

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Trombofilia e o tratamento

15:22 0
Trombofilia e o tratamento

Depoimento sobre trombofilia e o tratamento com heparina para o site Trocando Fraldas (leia aqui)

O uso da heparina na gravidez pode ser a solução de mães que já pensam em desistir da maternidade, após passarheparina por repetidos casos de aborto espontâneo. Normalmente não se procura saber se existe algum problema antes que algo aconteça e apresente sintomas de algum problema de saúde. Isso principalmente no caso de mulheres que sofrem com trombofilia. A trombofilia é uma doença hereditária ou pode ser adquirida. Ela age diretamente na produção de anticoagulantes naturais do organismo. A falta de coagulação que durante uma gestação, oferece grandes riscos não só para o bebê, mas também para a mãe. A doença obstruí os vasos sanguíneos que irrigam a placenta e que é responsável por levar os nutrientes necessários para o desenvolvimento do feto.

Descobri a trombofilia da pior forma

14:26 0
Descobri a trombofilia da pior forma

Depoimento sobre trombofilia em reportagem sobre o tema publicada pelo jornal O Tempo (leia aqui ), em 11/11/13

Descobri a trombofilia da pior forma: a morte de um filho, com 38 semanas de gestação. Depois da dor e do diagnóstico que não me satisfez, o de que o cordão umbilical estava enrolado no bebê, investiguei e descobri que tenho uma das mutações genéticas que causam a doença. Nunca tive problemas relacionado à coagulação. Ocorre que, na gestação, o sangue naturalmente fica mais coagulado e portadoras de trombofilias têm uma tendência a desenvolver coágulos, que podem causar abortos recorrentes, descolamentos de placenta, pré-eclâmpsia, restrição de crescimento fetal e óbito fetal tardio. Os exames não são obrigatórios no pré-natal e muitas só descobrem com perdas. No meu caso, o que agravou foi a falta de monitoramento. Pelo avançado estado gestacional, meu filho poderia ter nascido sem grandes riscos. Medidas preventivas podem ser tomadas. Uma delas é a ultrassonografia com doppler, que mede a pressão das artérias que irrigam o neném. Outras são exames de coagulação. Agora, a minha luta é pela inclusão da obrigatoriedade desses procedimentos e pela divulgação da doença, para evitar que outras mulheres sofram o que sofri.

sábado, 30 de agosto de 2014

Eu venci a trombofilia!

12:41 6
Eu venci a trombofilia!

A foto clássica das trombofílicas que conseguem vencer a doença e têm seus filhos nos braços. Foram centenas de injeções de heparina para impedir meu sangue de coagular e permitir que Iolanda tivesse vida. A cada "picadinha de amor" a esperança se renovava. Nessas seringas estão muitas lágrimas, medos e também sonhos com dias preenchidos pelos sons e cheiros de minha filha. Eu sonhava com o colo cheio e dependia disso para continuar vivendo. 

Vesti Iolanda para a foto com uma roupa do Francisco, pois quero que minha luta (conheça a história aqui) seja sempre lembrada não só pela minha vitória, mas também por minha dor. Eu espero que nunca nenhuma outra mulher dependa da morte de um filho para obter um diagnóstico e que nenhum médico nunca mais ignore os indícios da doença em suas pacientes. 


Que minha batalha possa servir para dar esperança a outras mulheres e que minha voz chegue a quem precisa. Eu falarei sempre sobre a trombofilia e meu desejo é que esta doença maldita alcance veículos de comunicação, sites, compartilhamentos, boca a boca, campanhas e que em um futuro bem próximo ela deixe de matar pessoas e sonhos. Indico a leitura sobre o assunto no site www.trombofilia.com e fico à disposição sempre que for preciso. E agora, quero gritar bem alto EU VENCI A TROMBOFILIA E IOLANDA É MEU TROFÉU!!!!

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Medicina, uma profissão que salva vidas

23:24 1
Medicina, uma profissão que salva vidas
Foi um médico que se portou de forma negligente e impediu que eu vivesse as alegrias da maternidade com Francisco , meu primogênito (conheça a nossa história). Por toda a minha vida seu nome será maldito em minha boca. Da mesma forma que viverei mil anos e jamais deixarei de falar com doçura dos médicos que atuaram como anjos, cuidando de mim e da Iolanda e permitindo que minha pequena viesse ao mundo.

Meu eterno agradecimento ao dr. Paulo Roberto Massahud, da Clínica Sonar, que acalmava meu coração com seu ultrassom detalhado e sua experiência carinhosa, e à dra. Thelma Figueiredo por me acolher no pós parto do meu Francisco e me prometer colocar um filho vivo nos braços desde a primeira vez que me viu. Ela me fez acreditar que era possível e me deu todos os instrumentos para que realmente fosse assim. Junto a ela também esteve o obstetra dr. Clóvis Bacha, especialista em trombofilia, que contribuiu com o acompanhamento criterioso da minha gravidez. Jamais terei palavras suficientes para agradecer. Minha filha está aqui graças a eles. Gratidão!

sexta-feira, 25 de julho de 2014

A luta contra a trombofilia

11:45 12
A luta contra a trombofilia
Se tem algo que eu gostaria MUITO de poder levar aos quatro cantos do Mundo é informação sobre a trombofilia. Sempre vou falar, contar, divulgar, dar entrevista, espalhar. Ela faz parte da minha história de dor e de vitória. Ela me marcou para sempre. E ela faz muitas e muitas mulheres sofrerem sem que ninguém diga: você tem trombofilia. 

A trombofilia deixa o sangue mais coagulado do que o normal e em situações como a gravidez isso pode ficar sério e causar a morte do feto e da mãe em qualquer altura da gravidez. Isso foi o que matou Francisco, meu filho, com 38 semanas de gravidez. A placenta e o cordão tiveram coagulos que atrapalharam ele de receber oxigênio. Leia aqui a nossa história. 

Muitas mulheres sofrem com perdas gestacionais e continuam sem diagnóstico. Eu participo de um grupo lindo, com mulheres guerreiras e que tem como objetivo levar informação. Essas guerreiras me ajudaram muito, muito mesmo. No site, criado por elas,www.trombofilia.com tem muita informação e pode ser o início de várias respostas para quem tem problemas com a gravidez. Eu usei durante a gestação da Iolanda as "picadinhas do amor", que são injeções anticoagulantes, as heparinas. Iniciei antes de engravidar e manterei por 40 dias após o parto. Sacrifício? Nenhum! Por um filho eu topo furar até o olho de hora em hora. Esse tratamento trouxe minha pequena e pode ser a luz no fim do túnel para muita gente. 

Trombofílica, sim. E mãe de filho VIVO. Eu consegui! Muito orgulho!!!!


Fiz um vídeo registrando a última injeção antes do parto. Veja abaixo:



segunda-feira, 14 de julho de 2014

Iolanda, o sonho real

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Iolanda, o sonho real
Depois que tudo que eu acreditava ruiu com a morte de Francisco, meu filho, com 38 semanas gestacionais, um dia antes da data prevista para o parto, mesmo sem querer fazer mais nada, decidi engravidar novamente. Foi uma difícil decisão. Ou eu terminava de me enterrar em tristeza e dor, findando o corpo sem alma, ou abria espaço para uma nova vida para que eu pudesse ressuscitar. Olhando o que sobrou, pouca coisa me prendia de fato. Porém, o amor da minha mãe, de meu marido e de meus filhos peludos foram determinantes. Enquanto pensava sobre o que fazer, ou esperava coragem para fazer algo, fui atrás de um real diagnóstico para 

Descobri a trombofilia, por meio de uma investigação de exames genéticos, uma doença que deixa meu sangue mais coagulado do que o normal e em algumas situações, como a gravidez, isso se agrava. Eu poderia ter tido um AVC, uma embolia, um infarto. Mas o que tive atacou meu bem maior e meu pequeno filho foi privado de oxigenação, possivelmente por causa de trombos na placenta e no cordão. A gravidez fora mesmo negligenciada pelo obstetra que nos (des)acompanhou. Ele teria que ter notado os indícios de que não estava normal e ignorou. O que causa esta doença, no meu caso, é uma mutação. Uma mutante da dor. Diante disso, existe possibilidade de ter um filho biológico? Eu buscava respostas e tentava entender o que representa essa condição de mutante. Nesta altura, eu já havia conhecido um grupo com mulheres trombofílicas e via que muitas tinham passado pelo mesmo que eu; e que outras tantas venciam a trombofilia com as chamadas "picadinhas do amor", as injeções de heparina, anticoagulantes que permitem fazer brotar a vida onde só se vê dor. 

Enquanto eu chorava, eu caminhava. Enquanto me mandavam ler livros de auto-ajuda e espiritualismo barato (não, obrigada!) eu lia artigos científicos publicados pelo mundo e estudava, pesquisava, revirava tudo que pudesse me dar uma resposta REAL sobre o que aconteceu com meu filho e, ao mesmo tempo, nortear meus próximos passos. Eu tinha que saber onde estaria pisando. Paralelo a isso, outra luta a ser travada, a da fertilidade em si. Portadora da Síndrome do Ovário Policístico, não ovulo naturalmente todos os meses. Foi o que causou uma busca de dois anos pela gravidez do Francisco. E agora eu demoraria mais dois anos? Me recusei! Eu estava entre dar vida ou morrer, não é mesmo? Não poderia, e não queria, esperar mais nada. 

Apenas um fio de esperança ainda restava em mim. E fui buscar, então, um tratamento para ajudar meu corpo a ser fértil. Ciente de todos os riscos que essa empreitada representava, topei iniciar a busca pela nova gravidez apenas três meses após ter passado por uma cesariana. E cinco meses após enterrar meu filho amado, eu consegui. Impossível não ter medo. Eu fui tomada por ele, jogada no chão. Sim, havia um outro bebê e ele sobreviveria? E eu suportaria ver um outro filho meu morto? Não! Desta vez eu morreria junto, jurei. Era minha última chance. Como um bicho, resolvi que chocaria em paz, em silêncio. Me preservei e contei para o mínimo de pessoas possível. E a gravidez progredia. Até que meu corpo pediu pausa. A dor do corte da cesariana se esticando, a exaustão emocional e física, a perturbação psicológica se uniram a um problema detectado em uma válvula em meu coração que estava realizando seu trabalho mal (mas que bela porcaria de corpo eu tenho!) e me deixando sem ar ao mínimo esforço. Fui afastada do meu trabalho antes de completar quatro meses de gravidez e, por isso, quem me viu até essa época nem sonhou que eu guardava um segredo e um tesouro. 

Nessa altura, eu já brigava com a alimentação, cortando tudo, e mais um pouco, por causa da diabetes gestacional. Eu comia sem sal, sem açúcar, sem gordura, sem glúten. A água foi liberada, rs. Ah, tem também um hipotireoidismo controlado e um fator RH negativo, com sangue positivo do marido, e mais um ato negligente do dr. Monstro de não me vacinar após o parto do Francisco, colocando em risco outros filhos meus que poderiam ser considerados invasores neste corpo bichado, a chamada eritroblastose fetal. E o pulso ainda pulsa! 

Contra nós, quase tudo, inclusive o preço dos medicamentos que eu precisava tomando e que, felizmente, teve GRANDE ajuda do primo de meu marido (salve, salve, Rodrigo! Gratidão eterna!). Pois bem, cama, remédios, exames, dois obstetras, ultrassom quinzenal, comida sem graça, monitoramento constante, choro, pânico e crescia em mim a vida. Por conta de tamanha monitoria, soube bem cedo (11 semanas, menos de três meses) que teria uma menina. Relutei um pouco a comprar lacinhos e fru-frus, mas, aos poucos, a pequena bailarina foi tomando conta do seu espaço em meu coração e no quartinho que havia montado para o irmão. Iolanda, foi o nome escolhido anos antes, junto com Francisco. A cada exame uma vitória: Iolanda crescia, engordava e ganhava força. E logo foi possível sentir esta força. Chutes me diziam constantemente: mamãe, estou viva! 

O medo? Ah, esse passou a fazer parte de mim. Chorei TODOS os dias de minha gravidez, seja pelo luto recente e eterno de enterrar um filho, ou pelo pavor de pensar que a situação poderia se repetir. Mas eu precisava lutar e, desta vez, ser o que muitos acham que eu já nasci sendo: forte. Diante da morte do Francisco eu não fui forte. Não existe isso! Não escolhi viver aquilo. Mas com relação à Iolanda, eu precisava ser. Eu tinha colocado aquela pequenina na grande enrascada de sobreviver em meu corpo. Ela dependia de mim. E ela ia conseguir. Eu dizia a ela diariamente: lute daí que eu luto daqui. E da-lhe remédio! Tudo contra e o amor a favor. Mamãe Maravilha! Sou eu! 

Iolanda chegou com a única missão de ser. Ser o que quiser, apenas ser. E embora tenha papel determinante na vida de seus pais, ela não é tapa-buraco, restituição, substituta ou algo do gênero. É a nossa filha, a irmã do Francisco, e, como irmã, ocupa o espaço dela, jamais o dele. Ou alguma outra mãe precisa retirar um dos filhos para dar lugar ao novo? Iolanda, a nossa bailarina, nossa gatinha, nossa princesa, nosso raio de sol, nossa vida. Vencemos a Síndrome do Ovário Policístico, a trombofilia, o hipotireoidismo, o risco da eritroblastose fetal (pelo RH negativo), diabetes gestacional, refluxo da válvula mitral, corte da cesariana recente, medo, trauma, angústia, dor, tristeza, sufoco, caos, breu.

Eu escondi a minha gravidez dos curiosos. Apenas os amigos mais próximos ficaram sabendo. Eu não me senti segura para alardear e expor a mim e à minha família a julgamentos, cobranças de felicidade (foi uma felicidade dividida com tudo que já disse. Impossível seria sorrir com a alma, que nem estava presente), expectativas e curiosidades, acima de tudo. 

Houve quem escondesse os filhos de mim após eu perder meu filho. Imaginaram que eu poderia "agorar" a criança, botar olho gordo, desejar mal. Sim, fiquei sabendo. Me convidar para aniversários de criança, chá de bebê e batizado, vixe, esquece. Quem quer a imagem da má sorte em meio a alegria? Houve, ainda, quem dissesse, e afirmasse, que eu saí de circulação (já que estive enclausurada por meses) porque eu estava doida. Fiquei sabendo também. E houve quem disse coisa muito pior que nem quero saber. Eu estava era ocupada com minha família.

Francisco segue sendo amado. Iolanda fez uma total transformação em minha vida. Eu iniciei o meu renascimento tendo em mente que aquilo que um dia fui, jamais voltarei a ser. E se metade de meu ser se foi com meu filho, o que restou passa neste momento a ser integralmente de Iolanda. Por ela eu viverei, comemorarei cada dia seu de vida, conhecerei novas formas de ser e de estar aqui neste mundo que, para mim e pra ela acaba, de começar.

A trombofilia pode ser vencida, tendo um acompanhamento gestacional severo (que inclui exames de sangue para verificar a coagulação sanguínea e ultrassom com doppler constantemente). O uso das heparinas (as chamadas picadinhas de amor) são a luz no fim do túnel para milhares de mulheres que sofrem aborto recorrente, perda gestacional tardia, pré eclampsia, bebê com baixo peso, descolamento de placenta. A trombofilia nem sempre se anuncia. Pode ser silenciosa, sendo necessário um olhar clínico apurado do médico para que detecte durante a gravidez, sem exames, que algo não vai bem. Portanto, todas as grávidas deveriam ser submetidas ao ultrassom com doppler durante toda a gravidez. Fazer um único e relaxar não adianta. O doppler garante a vitalidade fetal por no máximo 15 dias. Ele é o instrumento que pode salvar vidas e prevenir muita dor. 

Ps- foto tirada 4 dias antes do parto. Engordei 7 quilos ao todo. Mérito meu. Inchei zero. Mérito do tratamento. Viva a santa heparina!


No vídeo abaixo, eu conto como foi esta caminhada até ter o colo preenchido por Iolanda.