Comer, amar e falar - EU CURTO SER MÃE

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Comer, amar e falar


Enquanto os homens ,sem generalizar, precisam de muito silêncio, são fechados em sua grande parte e não expõem seus sentimentos. Pergunto: Que bichinho é esse que nos dá (a nós, grande parte das mulheres) tanta vontade de falarmos (expressar-nos)?  Parece que o nosso interior não é suficiente para nós, Precisamos conversar, esgotar o assunto, ”digeri-lo” de alguma forma,  expressando-o colocando para fora em palavras: para uma amiga, um grupo,um profissional,  transformando em uma escrita ou outra coisa do gênero.
Certa vez, uma amiga me disse que ela às vezes tinha vontade de abaixar o vidro do carro e dizer pra motorista ao lado: “Ei, você aí, você nem imagina o que tem me acontecido, bla bla bla bla, ando tão assim bla bla bla.” Até o sinal abrir e ir embora. Ri muito quando ela disse isso, mas me identifiquei em alguns aspectos. Um fast talk, nada mal!
Pode não ser da natureza de toda mulher falar. Haja vista que tenho pessoas de minha convivência que se fecham e não compartilham seus sentimentos. Eu respeito.
Por outro lado, parece que o “falar” (podendo ser interpretado aqui, como escrever , ou seja expressar-se, abrir-se) tem sido tão cruelmente julgado por uma turma de pessoas que parecem viver de prontidão para te dar uma “catracada” só porque você se expôs. Acho que são os tais dos haters. Não importa... Aí mora alguma necessidade deles e que não cabe aqui neste texto.
Sempre disse para minhas grandes amigas, que se eu fosse uma história em quadrinhos, o personagem (eu) seria uma bonequinha do tamanho do número da página e o meu balão de palavras ocuparia o espaço todo da página – pausa para risos. E olha, conheço muitas pessoas assim, em sua maioria do sexo feminino. Diz o ditado que "quem muito fala dá bom dia a cavalo", mas ao pé da letra, seria isso tão mal assim?
A minha pergunta é, why not? Somos gente, temos sentimentos, e muitas vezes com nossas palavras podemos desenvolver nossa percepção sobre as coisas,  atingir outras pessoas que estão sentindo o mesmo que nós. (O perigo também mora aí, por isso é necessário ser responsável, sem deixar de fluir a espontaneidade). Quanta troca de experiência pode ser perdida por timidez, orgulho, paranoia, síndrome de celebridade que não fala da vida pessoal rsrsrsrs (essa foi brincadeira). Fale sobre filhos, saúde, antigamente, alegrias, medos, tristezas, política (mas pega leve nesse assunto!). Expressem-se todos, como nós: mulheres, mães, profissionais, com muito a dizer.


Aline Amorim,

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Twitter: @alineamorimrcm

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