Blues puerperal - EU CURTO SER MÃE

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Blues puerperal

 Já ouviu falar sobre o "Blues puerperal"?

Escolhi falar sobre esse tema pois ainda é pouco conhecido e fez parte da minha trajetória como mãe. Durante toda a gravidez busquei as mais diversas informações sobre a vida materna, e ser da área da saúde me facilitou a compreensão de muitas transformações biológicas, psicológicas e emocionais, que uma gestante poderia enfrentar. Porém eu sabia que não poderia estar preparada pra tudo, na verdade a gente nunca está, vamos aprendendo com a prática, com as experiências que nos são impostas. 

Você se prepara para a chegada do bebê, monta o enxoval com todo amor, se preocupa com todos os detalhes, faz o pré-natal conforme deve ser feito, vive a gestação transbordando alegria e quando finalmente o bebê está em seus braços, você de repente se vê triste, chorosa, irritada, angustiada e confusa. Acredita que a tão temida depressão pós-parto está batendo na sua porta. Será?

Primeiramente é importante dizer que "Blues puerperal" e depressão pós-parto, não são a mesma coisa."Blues" quer dizer tristeza em inglês, e é uma condição em que a puérpera pode apresentar:



  • Choro/vontade de chorar sem motivo;
  • Tristeza e melancolia;
  • Perda do apetite;
  • Mudanças repentinas no humor;
  • Dificuldade pra dormir e cansaço;
  • Sentimento de solidão;
  • Preocupação excessiva com o bebê, ainda que ele esteja bem;
  • Dificuldade de concentração;
  • Ansiedade e nervosismo. 
As transformações psiquiátricas que ocorrem após o parto, estão relacionadas aos fatores biológicos. O "Blues puerperal" ou "Baby Blues" como também conhecido, ocorre devido à queda brusca de hormônios logo na primeira semana após o nascimento do bebê. Esse fenômeno é considerado normal, possui duração de no máximo  entre duas até três semanas, tendo um potencial maior entre o 3º e 5º  dia após o parto, e chega a acometer cerca de 60 a 80% das mulheres em período puerperal. 

Lembro que sentia muita vontade de chorar, e utilizava o momento do banho para fazer isso, pois não queria preocupar ninguém e nem sabia explicar a razão. Eu não via motivos para aquela sensação de tristeza e vazio, pois era o momento que sempre havia sonhado, e tudo estava acontecendo melhor do que eu imaginava. Achei que estava desenvolvendo um quadro depressivo mas em poucos dias a sensação felizmente se foi. Ao pesquisar sobre isso, encontrei alguns artigos que falavam sobre essa fase e que à medida que ocorre a produção de leite materno, os hormônios começam a se estabilizar. 

 Os primeiros dias com o bebê em casa realmente não são fáceis. As inseguranças somadas ao cansaço, juntamente com as alterações hormonais, favorecem o "Blues puerperal". Mas é importante lembrar que é um período normal que logo vai passar, e que é fundamental que esta recém mãe se sinta amparada, compreendida, que receba toda a ajuda que necessita de sua família e que possa descansar. 

Se esses sintomas persistirem por mais de duas ou até três semanas, deve-se procurar orientação médica pois pode se tratar de um quadro de depressão pós-parto. 

Até a próxima! 

Micaele Gomes 
<Instagram:@micaeleacg



Um comentário:

  1. Realmente rolava um misto de todas essas sensações que chegava a dar muita angústia!Eu sonhava com o parto normal e me preparei a geavidez inteira para isso, mas acabei precisando fazer uma cesárea de emergência...juntei esse sentimento de frustração com tudo o que estava sentindo e desabei a chorar! O Ian estava bem, minha família estava ao meu lado o tempo todo! Me apeguei a esse pensamento para ajudar a me sentir melhor!

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