A dor e a delícia de AMA(R)mentar - EU CURTO SER MÃE

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

A dor e a delícia de AMA(R)mentar

No mês em que comemoramos a Semana Mundial do Aleitamento Materno, quero relembrar o momento em que agradeci a Deus pela minha determinação em amamentar Francisco. Fizemos isso por 6 meses exclusivos, mas até agora (com 1 ano de 1 mês de vida), meu bebê continua sendo nutrido pelo amor mais puro que posso oferecê-lo.
Francisco tem alergia a proteína do leite e, por esse motivo, continuo 9 kg abaixo do meu peso normal. Embora seja uma doação completa e difícil, eu sempre serei uma ativista da amamentação exclusiva.  
"Hoje é o último dia da amamentação exclusiva. Chegamos ao final de mais uma etapa. Foi um exercício diário de paciência e não foi fácil! Eu diria que amamentar exclusivamente é, acima de tudo, lutar contra todas as possibilidades de praticidade que o mundo atual e seus leites artificiais impõem. É escolher a opção mais complexa. Amamentar é abrir mão do sono, da vida social, do alimento sem restrições, abrir mão da liberdade. Sim, da liberdade. 
Após o nascimento de Francisco, podia ter feito um estoque de leite materno para “curtir” finais de semana sem hora para voltar pra casa. Mas quem disse que eu senti vontade? Tenho uma vida inteira pela frente e não precisava abrir mão das noites com meu filho. 
Já a alimentação… Bem, ganhei apenas 9 kg durante a gestação e já emagreci 17 kg. Levando em consideração que eu já era magra, estou só “o couro e o osso”, como diria minha avó. Tudo isso devido às restrições alimentares que precisei aderir para não prejudicar o meu filho. 
Dormir? Não sei o que é isso desde a gestação complicada e cheia de dores. Dormir é para os fracos e confesso que muitas vezes meu corpo grita me dizendo que sou fraca, que preciso de ao menos 4 horas seguidas de sono. 
Para completar a dificuldade, estresses quase levaram o meu leite embora por três vezes. Precisei recorrer ao remédio natural, ao remédio industrializado e as orações. Foi por um fio. Graças a Deus, a produção voltou. Pouca, mas suficiente para alimentar o meu filho.
Pois é, a missão de amamentar não é aquela coisa fácil que pensei tantas vezes. Mas como tudo o que faço na vida, procurei ser persistente e obstinada. Fiz de tudo para chegar hoje e ter a certeza que cumpri minha missão. 
Amamentar dói, machuca, sangra, vaza, dói de novo. Mas apesar de tudo isso, ela consegue ter sua beleza singular. Nenhuma dor é maior que a emoção da troca de olhares entre a mãe e o filho amamentado. Nada vale mais do que saber que pude escolher o melhor para sua saúde e seu futuro. 
E mais uma vez, agradeço a Deus. Agradeço por não me deixar desistir. Agradeço por acalentar minha alma quando meu leite quase secou, agradeço pela saúde e paciência de Francisco, que desde cedo demonstra o quanto sou abençoada por ter um filho tranquilo".

Recife, 17 de dezembro de 2015  

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