Quero viver 100 anos

Desde que peguei o meu beta hcg confirmando a gravidez de Iolanda eu tenho um pensamento fixação: este bb não pode morrer.  Não pode mesmo! E é natural que eu pense assim, já que tive a infelicidade de conhecer a dor de perder um filho, o meu Francisco.  Muitas e muitas vezes eu me pego olhando para ela e rogando aos céus para que ela jamais me deixe. Eu não sobreviveria.

Acontece que hoje, ao fazê-la dormir, me veio pela primeira vez uma vontade de ser eterna.  Eu também não posso morrer. Não depois de tê-la aqui. Não posso e não quero.  Além de eu querer viver ao lado dela tudo o que uma mãe pode viver, me sinto completamente responsável por ela e por sua felicidade. Coisa mais triste é órfão de mãe. Claro que pai faz falta, mas mãe é tudo na vida de um filho.

E pensar sobre isso me deu real noção do quanto quero estar bem. Ela precisa de mim, muito mais do que eu dela.

E na sequência de pensamentos que se seguiu eu pude notar que eu de fato estou compreendendo, e colocando em prática,  o tal do amor incondicional.  Além de incondicional,  o amor de mãe é abnegado. A gente não quer nada em troca. É só dar e dar e dar muito amor. Não precisa ter duas vias para que a gente ame. Amamos porque é um pedaço da gente.  Amamos porque é a melhor parte da gente.  Amamos porque é o coração da gente batendo fora do peito.