do positivo que deu início a minha aventura na maternidade. Eu estou com meu marido, o Leandro, desde 2007, no dia 23 de julho, pra ser mais exata. Foi um namoro rápido, em seis meses ficamos noivos e, logo, começamos a falar de casamento e filhos. Nos casamos em dois anos, dia 11/12/2009, mas só parei de tomar a pílula cerca de um ano depois.
Achei que seria rápido, me lembro de ter ido a um casamento, cerca de um mês após iniciar as tentativas, e levantar um brinde ao bb com meu marido. Lembro também de comentar com ele que iria beber e me embriagar, pois passaria um longo período depois daquilo sem colocar álcool na boca, já que estaria grávida. Achei mesmo que engravidaria assim, num estalo. Mas demorou cerca de dois anos. Porém, a minha espera já durava muito mais. Muito mesmo. Não sei dizer desde quando, mas creio que ainda na adolescência eu já desejava ser mãe, só que, claro, sabia que deveria organizar minha vida primeiro, já que mesmo antes de meu filho existir, eu desejava oferecer o melhor de mim e do mundo a ele. Namorei algumas pessoas e sempre tinha dúvidas se essas seriam as pessoas certas para serem pais de um filho meu. E onde há dúvida, há a resposta negativa. Eu sempre pensava em um filho, mas como um objetivo futuro, exatamente por estar arrumando a casinha dele, com tudo que ele tinha direito. Eu já sofria a sua ausência, pois sempre havia desejado ser mãe. Quando veio o Leandro, eu sabia que era ele. Chegou a certeza. Então, entramos nesse tempo de espera a dois.....
Só quem tentou engravidar durante um período sabe o que passamos. A maldição era que minha menstruação atrasava quase todos os meses, me enchendo de esperança. E vinha o resultado negativo. E vinham muitas lágrimas, muita dor, muito medo. Eu pensava se não iria conseguir nunca, tinha medo de haver algo biológico que impedisse meu sonho maior de se realizar. Pensava que um filho adotivo é, sim, um filho e pode ser até mais amado do que um filho biológico, mas pensava que queria sentir um bbzinho na minha barriga, queria viver essa experiência, pelo menos uma vez. E sofria... Foi um tempo tenebroso, de verdade. Fiquei muito, muito triste. Passei a olhar negativamente para a vida, a desejar chegar rápido no fim da linha. Houve um período de risco até para o meu casamento. E fui salva pela fé.
Mas disse que contaria e cantaria para vocês. É porque essa história tem uma trilha sonora. E a música desse momento de angústia, espera, dor e solidão é "A casa é sua", do Arnaldo Antunes. Ela diz: "não me falta cadeira, não me falta sofá, só falta você sentada na sala, só falta você estar. Não me falta parede e nela uma porta pra você entrar, não me falta tapete, só falta o seu pé descalço pra pisar".
E o refrão: "a casa é sua, por que não chega agora? Até o teto tá de ponta-cabeça porque você demora. A casa é sua, por que não chega logo? Nem o prego aguenta mais o peso desse relógio.
Outro dia fui ouvir e comecei a chorar. Emociono, porque diz
exatamente o que eu estava pensando na época. O que mais que precisava
para eu ter um filho? O que estava acontecendo?
Chegamos a iniciar as investigações e descobrimos algumas coisinhas. Tinha uma baguncinha no mundo espiritual também. Aí demos uma arrumada em tudo e veio o resultado positivo.
Pra vocês terem ideia do trauma que eu estava vivendo, eu só fiz o exame de gravidez com quase dois meses de atraso. Como estava aquela chatura de menstruação atrasada sem ser bb, eu não queria mais fazer exame nenhum. Tinha uma coleção medonha de negativos se acumulando e eu não achei que estava grávida, já que não tinha sintoma algum. Meu marido me levou pelo braço, eu aos prantos, pra fazer o exame. E quando saiu o resultado, eu duvidei bastante, sendo que o valor estava bem alto e eu com oito semanas de gestação. Só caiu a ficha mesmo com o ultrassom e o coraçãozinho do meu pequeno batendo a todo vapor.
Aí entra a minha história de amor com esse bbzinho lindo. Enquanto eu ia começando a me vestir de mãe, eu ia cantando. Cantando pra ele, pra mim, para a nossa relação de amor. Uma bem batidinha, mas a cara de uma mamãe cantando para o seu bebê é o "Fico assim sem você", do Claudinho e Buchecha, cantada pela Adriana Calcanhoto, praticamente um hino das grávidas quando diz "estou louco pra te ver chegar, doido pra te ter nas mãos". E comigo não poderia ser diferente. Canto para o Francisco desde muito cedo. Ele, certamente, já conhece e, provavelmente, vai adorar quando nascer, já que dizem que os bebês ouvem e se recordam desses momentos. Veremos...
Tem uma que tem muita relação com a minha vontade de ser mãe, há tanto tempo. Acho que esta é das mais consistentes, pois fala do meu medo de não poder realizar este grande sonho. A música inteira é linda, mas o comecinho é muito significativo pra mim. Ainda mais que Francisco nascerá no inverno. Estou falando de "Você", do Tim Maia. Vejam só:
De repente a dor de esperar terminou e o amor veio, enfim. Eu que sempre sonhei, mas não acreditei muito em mim. Vi o tempo passar o inverno chegar, outra vez, mas desta vez todo pranto sumiu como encanto surgiu meu amor..... Você é algo assim, é tudo pra mim...."
Bom, tem outras músicas e, tenho certeza, irei construindo junto com ele a nossa trilha sonora pela vida toda. Mas acho que com o que forneci dá para vocês fazerem uma ideia de um pouco do meu mundinho, não é?
Lindo, lindo! Com certeza o Francisco tá ouvindo tudinho e se maravilhando com todo o carinho enviado a ele. Bjos
ResponderExcluirObrigada, Rafa. Acho que ele escuta mesmo, fica todo felizinho <3
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