O que é um mau comportamento? Para os pais, é a criança agir de uma maneira diferente do que eles desejam. E é aí que mora o problema. Será que a criança tem que agir sempre como os pais querem?
E a resposta é não. Entendo que todo mundo deseja ter filhos educados que saibam se
comportar nos lugares. Mas haverá dias que eles não conseguirão e devem ser respeitados
quando isso acontecer. Não tem como desejar que seu filho fique quieto sentado a mesa para um jantar formal com seus amigos às dez horas da noite. Entender e respeitar os limites dos filhos é essencial para a saúde emocional de toda a família.
Todo comportamento da criança representa uma necessidade. Essa necessidade pode ser
tanto física (fome, sono, cansaço, sede, etc) como emocional (medo, ciúme, carência,
insegurança, etc). Não há ser humano no mundo que não tenha se “comportado mal” pelo menos uma vez na vida. E ao invés de julgar e desaprovar de forma ríspida o mau comportamento, devemos acolher a necessidade que está sendo expressa ali. Isso não quer dizer que você vai dar os parabéns para o seu filho porque ele mordeu o coleguinha. Mas sim que você vai junto com ele procurar entender o que o levou a agir dessa maneira, assim como achar uma nova opção caso ocorra a mesma situação que provocou a mordida.
A criança não se comporta “mal” para desafiar os pais, ela faz isso ou porque é a única forma que ela consegue expressar o que está sentindo naquele momento ou porque já percebeu que quando se comporta “mal” ela tem mais atenção dos pais do que quando se comporta bem.
Muitas vezes os bons comportamentos não são valorizados, os pais os vêem como obrigação da criança, e por isso não dizem nada, nem olham para ela. Mas quando ela age de uma maneira inadequada todos os olhares se voltam para ela. E a criança tem a necessidade dessa troca de olhar. E aí ela pensa: “se eu faço o certo ninguém me vê, então vou fazer o errado e assim tenho a atenção deles”.
A maioria dos pais se sente desafiado quando ocorre o mau comportamento porque eles têm que lidar ao mesmo tempo com as emoções da criança e suas próprias. E muitas vezes eles passam a agir de uma forma mais infantil do que os próprios filhos. Quando você perceber que não está dando conta de lidar com aquela situação, que vai perder o controle se não se afastar, abaixe até altura do seu filho, diga o que você está sentindo e que precisa sair dali um pouco para se acalmar, mas que você voltará em breve para juntos construírem uma solução. Dessa forma você estará ensinando ao seu filho uma ferramenta para aprender a desenvolver o autocontrole.
Portanto quando seu filho se comportar de uma maneira que você acha que não é a adequada, acolha-o, escute-o e conversem para que juntos vocês consigam construir novas e boas soluções.
* Texto da psicóloga Lucinda Mendonça - autora do Maternidade Única
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