Na aparência, já há alguns anos,as pessoas notam semelhanças, embora eu ache que puxei muitos traços de meu pai. No gênio, no entanto, sempre fomos parecidas, o que nos rendeu boas brigas. Mas 'nessas coisas' típicas de personalidade, eu me achava bem diferente. Não sei se é a idade, a maternidade, mas fato é que me vejo aproximar muito do jeito dela. E aí começo a entender melhor a minha mãe e vejo mais o ser humano que ela é, por trás da mãe. É que, agora que sou mãe, entendo que não só os filhos, mas a maioria, deixa de nós ver como pessoas e viramos apenas mães. E a conta chega junto. Em especial nessa época do ano, onde a maternidade ganha um status diferenciado, surgem as mensagens de pureza e perfeição daquelas que nos deram a vida. Isso é ser mãe? Porque se for, não me enquadro. E acho que minha mãe também não. Eu sou toda errada. Minha mãe também.
Não precisamos elencar qualidades sobrenaturais para reconhecer o quão maravilhosas são as mães. Imperfeitas, como qualquer ser humano, mas sensacionais. Quando humanizamos as nossas mães, entendemos como foram pesadas nossas cobranças como filhos. E isso só acontece quando também já estamos sendo cobradas não só por nossos filhos, mas por uma sociedade que espera que mãe seja um ser divino. Olhemos as mães com a mesma benevolência que olhamos para os pais. Saibamos compreender as limitações. E aí veremos que não existe essa maternidade idealizada, mas as mães possíveis. Mães que fazem o que dão conta, o que são capazes. Mães que se desdobram muito para não errar, mas que erram. Retirem as expectativas e vai sobrar o amor. Esse, sim, inquestionável.
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