Oi, gente!!! Como estão?
Hoje vou fugir um pouco (mas só um pouquinho) do tema
livros, abrir um pouco o leque e falar sobre um passeio cultural. Mais
especificamente sobre visitar museus e exposições com os pequenos é a melhor forma
de tornar a experiência agradável para a família toda.
O brasileiro, em geral, tem pouco costume de frequentar
museus e exposições. E mesmo aqueles que o fazem, podem ficar receosos de levar
os filhos pequenos, por várias questões.
A primeira delas são os adultos que torcem o nariz para a
presença de crianças nesses locais (os mesmos que, geralmente, torcem o nariz
para a presença de crianças em geral). Aliás, esta postura equivocada é um dos
motivos que frequentemente inibem as famílias de realizar várias atividades. A criança tem todo o direito de frequentar
lugares públicos! Claro que se ela não mostra mais interesse, está chorando e
pedindo para ir embora, o melhor é mesmo tirá-la dali. É um passeio, não uma
obrigação. Mas se ela está gostando, não há razão para não continuar só porque
alguém olhou torto diante de uma pergunta feita em um tom um pouco mais alto.
Vejam bem, não estou defendendo que se deixe o filho berrar
e correr loucamente pelo espaço - como, erroneamente, muitas pessoas, sobretudo
as sem filhos, interpretam a afirmativa de que crianças têm o direito de
participar da vida de suas comunidades.
O que digo é que não se pode esperar deles uma contemplação semelhante
à de um adulto. Uma agitação maior, uma fala mais alta são naturais. Dá para
aproveitar a situação para explicar que neste tipo de lugar não se deve correr,
nem gritar - e aos poucos elas vão assimilando - e, por fim, repito, colocar a opção de ir para
outro lugar caso o desinteresse seja mesmo patente.
Depois se pode pensar: meu filho não é novo demais para
isto? Depende da abordagem que se use. Não dá para falar para uma criança de
dois anos: "Olha, filho, um Monet." Mas a curiosidade e o encantamento dos
pequenos supre a necessidade de que entendam que o quadro (ou escultura) é de
fulano ou sicrano. Basta perceberem que é belo. Ou estranho. Enfim, que o
objeto lhes desperte interesse.
Mas antes vamos falar do planejamento?
Eu gosto de instigar a curiosidade. Falar do passeio um ou
dois dias antes, mostrar fotos no Google, explicar como vai ser, o que veremos.
Aqui, também já dá para dizer que neste lugares não se pode correr ou gritar,
porque todos querem ver a exposição. Tudo usando a linguagem que uso sempre com
ela (nada de complicar).
Cada um sabe o filho que tem. E a visita tem que seguir este
ritmo. Dar um lanche antes (e tornar o lanche parte do passeio é sempre uma boa
pedida), evitar o horário da soneca. E, claro, ajustar o tempo da visita à
disposição da cria. Crianças são crianças e, como eu já disse antes, não dá
para esperar uma contemplação de cada peça ao modo de um adulto. Chamar a
atenção para uma obra ou outra é sempre uma opção. Como também o é caminhar
pelo espaço, deixando a criança focar naquilo que lhe chama a atenção. E quando
ela parar, comentar sobre o objeto, sempre na linguagem dela. Daí, é observar o
interesse. Se ela não quer ver mais nada, se não reage às provocações:
"Você gosta? É colorido, não é?", mostra-se aborrecida ou inquieta,
hora de ir embora.
E quais as "provocações" que se pode fazer?
Para os muito pequenos, destacar as cores, as cenas, o
material. Se a exposição foca em objetos do cotidiano, falar para que serve. Se
é um museu de história natural, assinalar as peculiaridades dos animais e das
plantas. Também vale evocar outras situações - filmes, músicas, livros - com os
quais a criança já teve contato e que remetem ao que é exposto.
Para os mais velhos, vale um pouco mais de didatismo: falar
sobre o artista, sobre a época em que o objeto foi feito, na melhor linha
"é divertido aprender" (porque afinal de contas, é mesmo, não é?).
Voltando para casa, vale fazer um desenho sobre o passeio.
Ou ver filmes ou livros relacionados ao tema.
Agora alguns de vocês podem estar se dizendo...tudo é muito
legal, mas em minha cidade não temos exposições, museus ou coisas do gênero.
Infelizmente, isso é uma realidade. E, ciente desta realidade, volto ao
tema desta coluna: sempre é possível - e igualmente válido - mostrar às
crianças livros com obras de arte, ou sobre biologia, história, geografia.
Enfim, fico por aqui, desejando a todos um bom
passeio! ;-)
Beijão e "inté"!
Muito legal Dani, sempre tenho receio de levar meus pequenos, pq são dois e pq são bem crianças mesmo, pelos olhares de reprovação..vou fazer um teste!
ResponderExcluirDani, adorei a matéria. Haverá uma exposição de esculturas feitas com lego em agosto no Ibirapuera, acho interessante para um começo, assim associamos arte e "brinquedo" o q acho q chamará a atenção dos pequenos. Para quem interessar fica a dica. Bjs
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