Antes de tudo, preciso dizer que é uma tremenda de uma honra ser convidada pela Letícia para escrever aqui no blog.
Nós nos conhecemos em um grupo que trata de trombofilia, condição que causou a ela a perda do Francisco e a mim, a perda de dois bebês ainda no início da gestação.
Se a tristeza fez com que nos conhecêssemos, experimentamos também a alegria da chegada de nossas meninas - a Lola (filha da Lets) e a TT (minha filha). E foi o amor pelas nossas crias e pelos livros que ensejou o convite da Lets, para que eu disponibilizasse a um público mais amplo as dicas de livros infantis que desde o início do ano já dava aos amigos.
Eu sou basicamente "a louca dos livros" e fico verdadeiramente feliz em ver uma criança se apaixonar pela leitura. Todos aqueles clichês de que livros abrem novos mundos, fazem com que vivamos vidas paralelas são mega verdadeiros.
Minha filha tem três anos. Deste modo, vou falar bastante sobre livros para crianças que ainda não foram alfabetizadas - mas que podem, ou melhor DEVEM ter contato com eles. No entanto, também sei que o blog atinge famílias com crianças de outras faixas etárias e prometo buscar dicas para vocês, também.
Para "começar do começo" acredito que muitas famílias ficam perdidas com a questão: como posso fazer para o meu filho gostar de ler?
Antes de tudo, devo dizer que não há garantia. Crianças não são robôs. Nem todas elas dão a mesma resposta aos estímulos. Maior exemplo está na minha família. Meu irmão e eu recebemos o mesmo estímulo acerca de livros. Eu amo ler. Ele, já não se interessa tanto. Mas quanto mais estimulada for uma criança, mais provável será que goste de ler.
Bem... há pouco usei o termo DEVEM. Não estou aqui pretendendo ditar regras. No entanto, quanto mais precoce for o contato com os livros, mais a criança se interessará por eles, mais vai entendê-los como uma opção para o lazer. E o primeiro passo é tornar o formato do livro uma coisa familiar.
Como fizemos em casa?
Confesso que me sentia meio esquisita lendo para a barriga. Eu cantava, fazia carinho, mas ler eu achava estranho. Então, lia muito pouco. Acredito que isto se deve ao fato de minha relação com os livros ser muito física (de verdade, eu não gosto de ler em tablets - neste quesito, fiquei no século XX). Deste modo, para mim, não fazia muito sentido ler, sem que minha filha tivesse um contato com o livro.
Depois do nascimento, assim que começou a brincar, com aqueles brinquedinhos de bebezucos, TT ganhou um livro de uma amiga minha. Daqueles de pano, sensoriais, com barulhinhos de crec-crec. Dai vão pensar: "Ué, tanto faz ser em formato de livro ou não...o que chama a atenção da criança é o barulhinho, é o tecido de textura diferente." Eu não tenho conhecimento científico acerca do tema. Mas concordam comigo que apresentar um livro de pano é uma introdução ao formato do livro?
Outra dica para a familiarização é deixar que o bebê pegue "livro de gente grande". Nem precisa ter gravura. E o que fazer com o medo de um rasgão? Antes de tudo...que tal ver se a criança rasga, mesmo? Pode ser que não...mas, para garantir, melhor entregar a ela um livro não-tão-querido-assim. E explicar que livro não se rasga.
Por fim, e justamente porque neste início a familiaridade com o formato é tudo...melhor apresentar só o livro de papel, ou estaremos esvaziando o intuito de torná-lo um objeto do cotidiano. E, abstraindo meu desconforto de ler em tablets, todos já estamos suficientemente informados que um monte de estudos desaconselham o contato precoce das crianças com este tipo de tecnologia.
Enfim, estas são dicas iniciais...espero ter ajudado.
Voltarei em breve tentando responder a outra pergunta recorrente: "Como escolher um livro para meu filho?"
Voltarei em breve tentando responder a outra pergunta recorrente: "Como escolher um livro para meu filho?"
Beijão e "inté"!
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