Ser mãe é isso, abrir mão de pequenos e grandes prazeres por uma pessoa. Desde sempre, para a vida toda. A gente sabe disso, mas quando é hora de botar em prática, dá um certo pânico. Todo ser humano é egoísta por natureza e a maternidade te obriga a eliminar todo e qualquer pensamento que te coloque em primeiro lugar. Claro que há casos e casos, e tem muita mãe que não vale uma pipoca. Mas a maioria das mulheres decide, sim, abrir mão do que for necessário para o bem-estar do seu filho, que se torna, desde o ventre, sua maior riqueza.
Mas isso não acontece sem dor. Não mesmo. Ir se despindo das muletas que permitem aparentar a normalidade necessária para transitar neste mundo de loucos é mesmo um grande desafio. Difícil pra caramba! Poxa vida!!! Vale a pena? Claro! Mas eu me permito sentir um misto de compaixão e orgulho de mim mesma e gostaria de um leve cafuné vez ou outra, no lugar dos duros comentários de mulheres, em sua maioria, que parecem associar a maternidade ao prazer da dor.
O tal padecer no paraíso é das coisas mais idiotas que já ouvi. Eu não estou padecendo. Nem irei. Eu apenas acho que, como em qualquer coisa que se viva, há aspectos ruins. E eu não os nego. E reclamo quando for necessário, pois sou humana e me permito desanimar, tropeçar e até cair. Não acredito que para ser mãe seja preciso que a mulher se transforme nem em uma santa e nem em uma heroína. Eu não quero e nem tento. A única coisa que sobra em mim é amor, mas eu continuo cheia de defeitos. Farei sempre o que for possível, mas se não for, não farei, mesmo que milhares de mães digam que essa é uma atitude que não cabe nos moldes criados por sei lá quem. Em mim, nunca caberão. Só prometo ser a melhor mãe que eu puder ser.
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