Sei que o filme não é novo, mas assisti Histórias Cruzadas
recentemente. Há inúmeros pontos que me levaram à reflexão e me emocionaram,
mas quero falar sobre a forma como se relaciona Aibileen, empregada doméstica
vivida por Viola Davis, com a garotinha, de quem é cuidadora.
No contexto do filme, é Aibileen que representa a verdadeira
figura materna, dedicando cuidados e carinhos com a pequena. Há toda uma
reflexão sobre a terceirização da maternidade, que não é minha intenção abordar
neste texto. Tão pouco quero abordar o racismo e a luta por direitos civis dos
negros, narrados na história. Meu foco é sobre a maneira como Aibileen empodera
a criança.
No início do filme, Aibileen conta que já cuidou de 17
crianças, e foi com a primeira que ela entendeu que poderia estimular nesses
pequenos o amor por si mesmas. Quando ela vai falar com a menininha, ela não
elogia a sua beleza. Ela diz, constantemente: você é importante. Você é gentil.
Você é inteligente.
Mais ou menos, já pratico isso com minha pequena. Eu costumo
dizer para ela afirmações positivas sobre como ela é uma pessoa legal e sobre
como a sua vida vai fluir bem, com muita saúde, amor e paz. Eu faço isso desde
que ela é bebê, para que fique em seu subconsciente. Minha intenção é que ela
saiba de sua força, diante dos obstáculos da vida.
Porém, assistindo ao filme, pensei a respeito do quanto é
importante dizer às nossas meninas sobre suas qualidades, indo além da beleza.
Afinal, é muito natural dizermos às pequenas que são lindas, belas, princesas. E
é bom que se achem, sim, bonitas. Independente de suas características físicas.
Mas também é bom que possamos ressaltar nelas que há qualidades valiosas, que
não se relacionam com a aparência física.
Outro ponto importante mostrado no filme é o fato de Aibileen
sempre se abaixar para falar com a criança. Isso é importante para se colocar
em posição de igualdade, firmando olho no olho. Para os pequenos, faz toda
diferença ao assimilarem uma mensagem, seja um elogio ou uma bronca.
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