Muita gente me pede dicas para desmamar o bebê. Acho isso tão delicado e pessoal, mas resolvi fazer um post com minhas considerações.
- Lola mamou leite materno até 1 ano e 8 meses e foi um processo longo. Eu decidi parar porque eu já não queria mais. Por ela, teríamos continuado. Mas acredito que tem que ser bom para mãe e bebê e se uma das partes não quer mais, tem que acabar.
- Não cortei bruscamente. Fui aos poucos, bem lentamente. Comecei a ensaiar esse desmame quando ela fez 1 ano. Comprei então sua primeira mamadeira. Ela odiou todas as fórmulas e jogava a mamadeira longe. Não aceitava mesmo. Coloquei alfarroba, baunilha e bati com fruta. Não adiantou. Tentei dar na colher e igualmente foi recusado. O pai tentou, a avó tentou e tudo sem sucesso.
- Diante disso, comecei apenas a espaçar mais as mamadas. O que era em livre demanda começou a ter hora. Não deixei mais que ela mamasse quando quisesse (e isso era um dos pontos que estava me incomodando).
- Passado uns quatro meses desse processo de limite, retirei a mamada das madrugadas. Eu estava completamente esgotada. Lola mamava a madrugada inteira e eu passei a sentir fraqueza. Foi difícil demais e fiz um post contando os detalhes.
- Mais uns três meses e eu me senti totalmente pronta para retirar as duas últimas mamadas: após o almoço e às 6h da manhã. Como ela já estava na escola, tirei a mamada após o almoço e foi fácil. Apenas passei a dar o almoço mais tarde um pouco e em seguida já levava pra escola. Ela almoçava 11h e tirava um cochilo pra ir à escolinha. Passei o almoço para 12h.
- Faltava uma única mamada e essa foi difícil. Lola sentiu que chegava ao fim o seu mamá e deu uma regredida. Passou a me pedir durante o dia de uma forma meio dramática. Eu então mudava a atividade, tirava o foco e mantive a decisão. Algumas vezes acabei deixando mamar de manhã porque eu tinha muito sono e isso significativa mais um tempo de cama. O processo durou umas semanas.
- Não existe hora certa pra desmamar. Só você e seu bebê sabem. Nem mesmo o pediatra tem direito de opinar sobre isso. A menos que seu pequeno apresente problemas reais de crescimento e peso e seja comprovadamente culpa do leite (o que é bem improvável), não aceite esse tipo de intromissão. Muitos estudos comprovam os benefícios da amamentação. A OMS recomenda que se amamente pelo menos até dois anos. Pelo menos!!! Pode amamentar quanto tempo quiser. O leite não vira água. Não é mais a base da alimentação, mas ainda assim fornece importantes nutrientes para a criança.
- A maioria dos bebês rejeita outros leites até desmamar. Fique tranquila que ele não vai passar fome. Na hora que notar que acabou o peito mesmo, ele pega a mamadeira.
- Pelamor! Não coloca açúcar, achocolatado e porcariada no leite para fazer o bebê aceitar a mamadeira. Socorro! Açúcar antes de dois anos é desaconselhável e depois disso deve ser bem regrado. Juízo!
- Evite perguntar o que as pessoas acham da amamentação. Preguiça de palpite de sogra, cunhada, vizinha e amiga que em nada ajudam e metem o bedelho nas tetas alheias. Se falarem que tá na hora de desmamar, faz cara de alface e segue o barco.
- Pedagogicamente falando, não é legal passar coisas no seio para o bebê desmamar. Borra de café, batom, própolis, babosa, pimenta (pasmem!)... coisas que deixam o seio com aparência feia ou gosto ruim. Todo esse tempo de amamentação deixará marcas positivas em seu filho e o fortalecerá afetivamente. Finalizar a experiência de uma forma tão negativa não é uma boa ideia. Mas eu entendo o desespero que bate. Eu caí nessa besteira e passei batom vermelho e falei que tava dodói. Ela ficou tão comovida. Deu beijo, assoprou e fez carinho. Meu coração cortou. Limpei, falei que sarou e deixei mamar. Repensei e não utilizei essa tática mais.
- Períodos de mudança não são os mais indicados para o desmame. Eu esperei Lola adaptar bem na escola antes de desmamar, porque seria demais pra ela tanta coisa diferente. Muita separação. Dei um tempo mesmo...
- Uma vez que resolveu tirar o seio (seja radical ou aos poucos), não volte atrás. Eles são espertos e se notarem que tem brecha, vão conseguir romper.
- O amor é a grande chave da jogada. Sempre!
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