Não falta dinheiro, sobra amor - EU CURTO SER MÃE

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Não falta dinheiro, sobra amor


No país onde a média de dias de amamentação são 54, não é de se espantar que as mães que amamentam por seis meses ou mais sofram preconceito.  A indústria martelou a informação que leite artificial é igual (ou melhor) que leite materno.  Implantou a ideia de ser mais prático.  Glamourizou o ato de dar leite artificial. 

Muitas pesquisas depois e a constatação óbvia que amamentar é sempre a melhor opção,  oferecer o peito ao filho ainda é um grande desafio materno. Muito mito permeia o assunto e palpites acabam gerando grande confusão nas mães.  Infelizmente,  muitos médicos jogam no time industrial e induzem ao desmame precoce, colocando temor ao ato natural e pressionando para a introdução da mamadeira. 

Inúmeras ativistas lutam pelo direito à informação e o assunto costuma gerar polêmica.  Embora eu seja uma "amamentadora" convicta,  evito entrar no tema que acaba por magoar mulheres que por algum motivo não amamentaram. Mas hoje foi inevitável tocar neste assunto.

Uma estudante de medicina veterinária publicou uma foto de uma mãe amamentando sua cria em uma bicicleta e escreveu barbaridades.  Absurdos mesmo. E entre os argumentos,  garantiu que em bairros nobres e restaurantes refinados não há peito de fora, pois se há amamentação (se há! ), é com paninho na cara dos bebês.  Ora, ora...

A postagem ferveu em grupos e páginas maternas. Foi pauta do dia todo. Ninguém ousou defender tamanha sandice.  Acontece que a opinião da futura médica (embora de bichos,  a fulaninha em questão será sim uma médica) não é fato isolado.

Como disse, sou "amamentadora" convicta.  Iolanda mamou exclusivamente no peito até seis meses (não,  nem água dei), não dei chupeta ou mamadeira e não ofereci outro leite até um ano de idade.  Hoje, com 1 ano e 3 meses, ainda mama no peito e não gosta de leite nenhum.  Até completar 1 ano foi mamada em livre demanda (sempre que quisesse), em qualquer lugar e sem paninho nenhum.  Agora, estou tentando estipular melhor os horários,  mas não porque está "grande" e sim porque sou humana e estou cansada (fisicamente mesmo). Mas mesmo assim mama umas quatro a cinco vezes por dia.
Nesta minha jornada de amamentação,  me deparei com todo tipo de comentário e olhares. 

Reprovação,  constrangimento e por aí vai. Mas eu nunca me abalei. Vergonha?  Tenho, não.  Sempre usei decote e o segundo que o bico do seio sai da roupa para entrar na boca do bebê eu tapo com a mão.  Depois que ela começa a mamar, não mostra nada além do que eu mostraria em uma praia, clube ou num dia de calor com uma blusinha decotada. Há pessoas que se acanham e aí entra o paninho.  Mas eu não.  Acho normal.  E aí vou ser recriminada? Sim, sou.  E não ligo a mínima.  Estou alimentando minha filha.
Eu realmente não entro no mérito de ter que amamentar.  É uma escolha da mulher.  Assim como amamentar é um direito.  Cada um no seu cada um. Porém,   muitas e muitas pessoas ainda estão presas a mitos e além de prejudicar a própria amamentação,  inibem as que desejam amamentar. 

O argumento infeliz de que amamentar é "coisa de pobre" é muito mais comum do que se imagina.  Uma pena considerar status a compra de uma lata de leite. Bem bobo isso. Mas tem gente que considera, como a fulaninha do post.  E aí,  deixo aqui a foto da diva Gisele em um momento de amamentação lindo de sua filha.  Falta grana pra comprar o leite? Que nada. Sobra informação,  peito e amor ♡
Trecho da lamentável postagem da futura veterinária

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