Grávida nervosinha - EU CURTO SER MÃE

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Grávida nervosinha

Desde que descobri que estava grávida, a cobrança pela felicidade plena e indestrutível me assombra. A cobrança das pessoas, digo. Pois eu não costumo me cobrar de porcaria nenhuma. Esperam que uma grávida seja uma espécie de santidade, sem sentimentos negativos, com elevados pensamentos e, principalmente, paciência de Jô da Babilônia. Não, essa não sou eu.  Estou mais irritada do que nunca. Ando com vontade de esganar alguns e fazer outros em picadinhos. Principalmente a "galera do senso comum" que acha que estar grávida é vomitar, chorar assistindo até comédias e ter desejos de comer jaca ao molho madeira e pedacinhos de gengibre. 

Há muita padronização sobre as grávidas e as pessoas se esquecem de que somos indivíduos e assim continuaremos, grávidas ou não. Não é porque você, colega, ficou calma e sorridente os nove meses que a fulana que está grávida tenha que ficar também. Peralá nesta unificação de atitudes e sentimentos, porque a vida não é essa orquestra ensaiadinha, não.

Em defesa das grávidas nervosinhas tenho a dizer que enquanto a humanidade está somente preocupada se o seu bebê é um menino ou uma menina, assunto para um post IN-TEI-RI-NHO, já criado e postado aqui , as barrigudas se preocupam com o desenvolvimento perfeito do feto, os riscos de má formação, anomalias, problemas genéticos; a sua nutrição adequada;  o medo de aborto, do parto, das estrias e do sobrepeso. Apenas alguns exemplos, pois posso garantir que a mente de uma grávida pode fantasiar tantos perigos quantos forem necessários para se perder o sono por uma vida inteira.

Além disso, é sempre bom lembrar que a gravidez é uma explosão de hormônios e que se a TPM pode servir para atenuantes criminais, a gravidez deveria valer como carta branca para qualquer insanidade. Para os desavisados, eu explico. Logo nos primeiros dias de gestação, a produção dos hormônios estrógeno e progesterona é aumentada.

Isso afeta a parte do cérebro que comanda as emoções, por isso as grávidas choram tanto, fato considerado bonitinho, fofo. Mas é isso também que deixa algumas como um barril de pólvora.
Isso é bom para o bebê? Claro que não! É péssimo, aliás. E você que convive com uma grávida e quer ajudar, já ajuda muito se em uma das crises de raiva que ela tiver não der lição de moral. Ela, mais do que ninguém, sabe que precisa se acalmar e ser mais tolerante. E, pode apostar, ela está tentando ser.

Em alguns casos,  a gestante precisa até de acompanhamento médico, pois o quadro pode evoluir para o estresse ou a depressão. Portanto, assim como para todas pessoas do mundo, neste caso, mais do que nunca, viva e deixe viver! Se a mamãe com sua irritação está te irritando, afaste-se. Tente ser minimamente compreensivo de que este é, sim, um momento único e mágico e de que a grávida ama o seu filhote e está muito feliz. Mas que ela pode estar sofrendo com outros sentimentos menos nobres e o que ela mais precisa neste momento é de carinho e compreensão. Ou distância.

Isso vale para todos e muito mais para os papais. Posso imaginar que não deva ser fácil para vocês ter que tolerar uma senhora bipolar que ri, chora, grita, tudo ao mesmo tempo. Deve ser mesmo bem chato. Mas cadê a solidariedade, amigo? Essa maluca aí está dando tudo de si, detonando o corpo, perdendo suas roupas, impedida de usar salto alto, de pintar o cabelo e até de tomar "os bons drinks" para que vocês tenham a melhor das recompensas. Ela vai te entregar um filho lindo, perfeito, que irá te amar e te alegrar. Portanto, aguente firme! Logo ela voltará ao normal e vocês terão muito a comemorar.

Para as gravidinhas que querem se acalmar, a solução pode ser encontrada na ioga, florais, natação e outras alternativas que prometo trazer em um próximo post, pois este aqui já me irritou rs. Até!

5 comentários:

  1. Grávida irritada: essa sou eu sem dúvidas!!!

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  2. Muitas mulheres grávidas ficam nervosas e têm medo de assumir. A pressão da sociedade pela alegria enlatada é muito forte. Parabéns pela sinceridade. Abraços

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  3. Obrigada, Rafa e Nair. Que bom saber que não sou a única.

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  4. Não é a única, mesmo!

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  5. Bom saber que tbm não sou a única!!!

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