Carinho impacta na formação cerebral dos filhos - EU CURTO SER MÃE

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Carinho impacta na formação cerebral dos filhos


O cérebro não nasce pronto e as experiências vivenciadas nos primeiros anos de vida são determinantes para moldar o seu funcionamento. A psiquiatra infantil Joan Luby, da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, descobriu que uma área do cérebro cresce duas vezes mais rápido em crianças que possuem pais e mães que demonstrem afeto e apoio emocional, em comparação com os que eram mais frios. 

Segundo Joan, o estudo sugere a importância do carinho, em especial, até os seis anos, período crucial em que o cérebro responde mais ativamente, provavelmente por conta da maior plasticidade do cérebro quando as crianças são mais novas. 

As ressonâncias mostraram o impacto dessa diferença de comportamento materno no hipocampo das crianças – uma área no cérebro localizada nos lobos temporais, que é responsável por habilidades como a memória, o aprendizado e o controle das emoções.

"Pequenas mudanças no apoio emocional geram grandes diferenças no resultado final. A relação entre uma criança e a mãe durante o período pré-escolar é vital, e ainda mais importante do que quando a criança é maior", disse a psiquiatra ao site especializado em ciência Science Daily.

De acordo com Joan, a pesquisa sugere que talvez seja possível ajudar as crianças a irem melhor na escola, a lidar melhor com a vida adulta e a se desenvolverem de maneira saudável ajudando os pais a aprenderem a oferecer mais apoio e afeto nos primeiros anos dos filhos.

Teste com mães e filhos

A pesquisa foi feita com 127 crianças, que faziam periodicamente exames de ressonância magnética no cérebro desde que começaram a frequentar a escola até a adolescência.

Para qualificar o tipo de mãe, os pesquisadores a gravavam em uma situação em que ela tinha de fazer alguma tarefa estressante na presença dos filhos. Pediam às mães que concluíssem essas tarefas e, enquanto isso, davam aos filhos um presente em um pacote bem atrativo, que os filhos não podiam abrir imediatamente.

Situações similares ocorrem várias vezes ao dia em qualquer família, especialmente com crianças pequenas, que demandam atenção em momentos que, por um motivo ou outro, a mãe não pode dar. Seja porque está trabalhando em casa ou cuidando de outro filho.

Os pesquisadores explicaram que a razão por trás desse tipo de teste é que essas situações são enfrentadas diariamente por muitas mães e são verdadeiros desafios às habilidades maternas.
As mães que conseguiam manter o autocontrole e completar a tarefa, enquanto ofereciam algum tipo de apoio emocional ao filho, foram classificadas como mais afetuosas e mais acolhedoras.

Já as que desprezavam ou ignoravam as crianças ou as que agiam de maneira punitiva recebiam notas menores do quesito apoio emocional.

Fonte: BBC

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