A Bruna dividiu conosco sua história de maternidade. Ela é mãe do anjo Miguel.
Se você também quer compartilhar sua história, contar algum caso ou dar uma dica, envie para eucurtosermae@gmail.com que irei publicar com prazer
Eu me chamo bruna, tenho 17 anos e sou MÃE DE ANJO
Em abril de 2015 descobri o meu positivo, sem esperar, mas enfim. Como já presumia meu namorado que com toda sua certeza me dizia você esta grávida.
Um mês antes foi onde tudo começou, os enjôos, as tonturas, vômitos, azia e a vontade de comer tudo o que eu via pela frente. Com toda essas series de coisas que vinham acontecendo, decidi fazer um teste de farmácia que apontou negativo o resultado, não acreditava, minha menstruação realmente estava atrasada e todos os fatos apontavam sim uma gravidez.
Fiquei uma semana inteira comprando e fazendo os testes que sempre davam negativo. Foi onde meu namorado resolveu falar para sua avó (com quem sempre morou). Ela resolveu me levar para fazer um exame de sangue, nessa época eu trabalhava então tive que faltar serviçço para realizar o exame.
De manhã bem cedo fomos para o laboratório encontrar a vó, fiz o teste e o resultado sairia só a tarde, então fomos para a casa esperar, que aflição. Chegou a tão esperada hora de saber o resultado, a hora que tudo iria mudar em nossas vidas.
Não conseguimos decifrar o resultado, então ligamos para minha sogra para ela ver pra nos. Meu Deus, jamais vou esquecer quando a vó dele disse pra mãe dele no celular: Então meus parabéns vovó..... Nossa que alegria eu realmente estava grávida.
Mas ainda nem tudo estava perfeito, meus pais ainda não sabiam da novidade, apesar de estar muito feliz sentia medo da reação deles, para mim eles iriam me matar. Fiquei um tempo escondendo a barriga ainda não aparecia estava apenas com 2 meses... Não durou muito tempo tentando esconder aos poucos eles iam percebendo, então decidir dizer a verdade ESTOU GRÁVIDA. Foi um back pra eles, e também como não seria ne eu com apenas 15 anos. Pro meu pai foi mais de boa, já pra minha mãe, coitada não acreditava (ou não queria acreditar).
O tempo foi passando a barriga já crescida , veio a vergonha dos parentes, que pra mim pensavam assim: Minha nossa a Bruna com apenas 15 anos já esta grávida. (a vergonha da qual hoje me arrependo.
Quatro meses ainda sem saber o sexo do bebe, que agonia. Era tão bom, tão confortável saber e sentir um serzinho dentro de mim, ouvir seu coraçãozinho bater, todas as consultas do pré-natal minha mãezinha estava lá, do meu lado, apesar de no começo não aceitar e chegar a ficar dois meses sem falar comigo, ela rezava todas as noites para que tudo acabasse bem.
Minha primeira ultra ansiosa pra saber o sexo do meu dengo, minha mãe novamente comigo, quando a medica disse: Parabéns mamãe é um menino, minha vontade era de gritar de felicidade mas minha mãe estava ali fiquei com receio, mas quando ela olhou pra mim com os olhos cheios de lagrimas e falou que sempre quis ter um neto homem meu coração estremeceu e eu não agüentei de tanta felicidade.
Como o tempo passa rápido, já estava com 6 meses, minha gravidez foi muito conturbada, muitas brigas com todos, foi muito difícil. Mas cada vez que eu olhava para minha barriga eu automaticamente me desligava do mundo e ficava ali no meu ciclo de amor.
Com tudo descobri que minha gravidez era de risco devido a minha pressão que era muito baixa. Cada dia que passava minha felicidade aumentava, apesar de ser de risco a gravidez, nunca deu nenhum tipo de complicação, meu Miguelzinho (nome que minha mãe escolheu) estava ótimo, só esperando a hora certa de vim ao mundo.
Ganhei um pouco de cada coisa de cada um da família tanto da minha quanto da dele, que vinham tudo com muito amor e carinho, ah como eu amava essa sensação....
Os médicos me elogiavam por ter mais consultas que o normal, não é pra menos ne, ia ao medico por qualquer motivo, afinal era minha primeira gestação tinha que ta por dentro de tudo.
O tempo foi passando meu guerreiro cada vez mais grande e forte, seu coraçãozinho em perfeito estado, e seu cantinho em nosso quarto então, nem se fala, tudo lindo aconchegante, so pela sua chegada.. Ele se mexia de mais dentro de mim, era tão bom ter aquela sensação que se desse eu voltaria no tempo.
Oito meses e a ansiedade já havia tomado conta de mim, queria tanto ele nos meus braços, e o tempo parecia não passar... que ansiedade....
Já com 9 meses, fui ao hospital para consulta de pré-natal e relatei sentir muita cólica, falaram que era normal e que eu podia voltar pra casa tranquila, acreditei, ate porque eles são médicos não é?!
Dia 21/12 com quase 10 meses, acordei bem, fiz os afazeres de casa, almocei e fui para a casa da dinda do Miguelzinho minha prima. Lá conversamos a tarde toda que acabou no assunto da minha gravidez foi onde minha tia me sugeriu ir ao medico já que eu estava com quase dez meses, ir para ver se estava tudo bem (eu tinha ido 2 dias antes no pré-natal e falaram que estava tudo bem comigo e com o meu filho), mesmo assim quis seguir o conselho da minha tia.
Fui para casa, tomei um banho, jantei e conversando com meu namorado pedi para que ele fosse comigo ao medico e ele decidiu ligar para a vó dele pra saber sua opinião, ela disse então, que não havia necessidade de ir para o hospital aquela hora da noite, escutamos ela e fomos dormi.
E FOI AI ONDE TUDO COMEÇOU......
Na madrugada do dia 21 pro dia 22 de dezembro as 4 horas da madrugada com um calor absurdo de verão, eu me acordo morrendo de frio e chego a me tapar com quatro cobertores enormes, estava com 39 de febre, acordei meu namorado e ele me deu um remédio e voltamos a dormir. As 10h da manha a vó dele chega em casa do serviço e minha febre volta junto, disse pra ela e ela me deu outro remédio, continuei a dormir, Ao 12H me levanto com febre novamente e com muita dor nas costas. Meu bebezinho não havia se mexido desde o dia anterior, tomei um banho comi algo e a febre havia baixado, então a Roseli (vo do meu namorado) disse pra eu ficar quietinha que se não passasse iríamos ao hospital .
Pois bem, me deu uma vontade enorme de ir ao banheiro , então eu fui, foi nessa hora que entrei em estado de nervos, saiu uma borra de sangue na minha calcinha, foi ai então que enfim fomos para o hospital . A caminha de lá começou a me dar umas contrações bem fraquinhas , meu anjo queria sair....
Chegando no hospital relatei o que havia acontecido e a Roseli pediu para entrar comigo ate porque eu era menor deveria ter um responsável comigo. Os médicos não deixaram e falaram que se continuasse a insistir não iria me atender. Entrei sozinha...
Lá fizeram todos os procedimentos de sempre, eu não tinha dilatação e os batimentos cardíacos do Miguel estavam ótimos, e que ainda não estava na hora, para minha surpresa o “medico” que me atendia era um estudante, então falei que só sairia dali quando um medico de verdade me atendesse.
Ele veio, fez os mesmos procedimentos mas na hora de ouvir o caração do Miguel ele ficou assustado me olhando e perguntou qual foi a ultima vez que ele se mexeu? Respondi – ontem a tarde, algum problema doutor?
Imediatamente ele me colocou em um monitor fetal. O CORAÇÃOZINHO DELE BATIA muito devagar, dali em diante os médicos tinham pouco tempo para salvar a vida do meu pequeno. Levaram-me para o bloco cirúrgico imediatamente, enquanto meu namorado assinava minha internação .
Aplicaram a anestesia em mim as 15H da tarde as 15H06MIN a cesaria já tinha sido concluída, meu amor tinha FEITO COCO DENTRO DE MIM, fizeram a lavagem enquanto os outros médicos tentavam reanimar meu amor.... Sem sucesso, já havia falecido.. Eu e meu namorado pedimos Pelo Amor De Deus tenta só mais uma vez mas eles se negaram. Pior dia da minha vida
Os médicos deram como causa Morte Súbita, diagnostico do qual eu não acredito ate hoje.
Minha mãe recebeu o telefonema de que eu estava no hospital ela foi correndo com a bolsinha do meu anjinho com suas roupinhas, chegando La se deparou com toda aquela tristeza, ela também não merecia, vo também sofre e por dois, pela sua própria dor e pela dor de sua filha.
Chegou a hora do velório e do enterro, eu e minha mãe não fomos,ela ficou no hospital comigo, pois eu ainda estava internada me recuperando da cesaria, (que ate hoje é toda errada e mal costurada devido a urgência, mais é a melhor marca que tenho o prazer de carregar comigo), ele foi enterrado no cemitério São Miguel e Almas em Porto Alegre.
Ter ficado no hospital foi terrível pra mim ter que ouvir os choros do bebezinhos era uma crueldade sem tamanho, tu um dia te ver grávida com um baita de um barrigão e no outro não ter mais nada, nem a barriga nem seu filho nos braços destrói qualquer uma.
Um ano se passou e eu queria acreditar que eu tinha superado mas na verdade isso nunca ira acontecer, eu morrerei com esse luto dentro de mim.
Hoje aprendi a conviver com essa saudade dentro de mim. Hoje sei o que é um amor de mãe por um filho, que uma mãe faz o possível e o impossível para ver seu filho bem, e hoje sinto que nenhum amor é tão grande como o amor de uma mãe por um filho.
Hoje eu e o pai do Miguelzinho não estamos mais juntos, mas junto dele tive o privilegio de poder gerar um anjo dentro do meu ventre e o prazer de morrer com ele em meu coração.....
ATÉ MEU ÚLTIMO SUSPIRO VOU TE AMAR FILHO ! MIGUEL <3
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