O dia que minha filha apanhou de um menino - EU CURTO SER MÃE

terça-feira, 7 de março de 2017

O dia que minha filha apanhou de um menino


Lola é criada em um ambiente extremamente amoroso e respeitoso. Nunca teve contato com violência. Mesmo na escola, os amiguinhos são todos muito tranquilos e nunca houve nada a mais que uma mordidinha e uns tapinhas leves. Até que ela apanhou de um menino na rua. Sim, apanhou mesmo. Não foi uma disputa por um brinquedo ou uma bobagem. 

Ela estava correndo e brincando com dois primos quando um menino entrou na brincadeira e resolveu que ela não poderia estar entre eles. Disse que menina não podia brincar daquilo, deu um tapa e empurrou. Ela caiu entre o meio-fio e o carro, ralando todo o rostinho. Eu presenciei, ninguém me contou Vi o exato momento da agressão e a fala que antecedeu. Corri para socorrer minha filha, que sangrava e tremia.

Os pais do garoto também viram tudo, mas ao contrário do que se imagina, não repreenderam ou procuraram saber se ela precisava de ajuda. Apenas tiraram o menino de perto e se sentaram novamente. O sentimento de impotência diante da situação tomou conta de mim. É muito claro em minha visão que esse menino apenas reproduziu um discurso. Criança não nasce com esse tipo de preconceito. Ela é espelho do que vivencia. 

E prova disso é justamente pai e mãe presenciarem uma situação dessas e não se envolverem. Eu entendo perfeitamente quando duas crianças disputam algo e se enfrentam. Entendo que possam querer resolver no grito, choro ou no tapa. Entendo mesmo e nunca me importei. Mas não foi o que aconteceu. E, mesmo que fosse, cabe intervir e ensinar. Não é essa a função dos pais? 

Lola chorou pela dor dos machucados. Mas chorou muito pela mágoa do ocorrido. Ela repetiu diversas vezes que era boazinha e o menino a machucou. Ela é muito sensível e não quis ir à aula no dia seguinte. É também muito ativa, mas dormiu a tarde toda e quando acordou, voltou a falar sobre o assunto. Pediu para fazer uma chamada de vídeo para a avó, queria mostrar os machucados. Mas não falou nada, só olhava e mostrava. Lola não entendeu a razão da violência e não conseguiu lidar com ela.. Eu te falo, minha filha, a violência nunca se justifica. Eu não sei como te explicar que em algumas situações da vida você vai ter que conviver com isso e que, de uma maneira ou outra, vai ter que aprender a se defender. Não sei como te contar, mas as pessoas podem, sim, nos machucar. 




Um comentário:

  1. Que chato essa situação, ela é ma menina tão linda e parece ser tão carinhosa por isso ficou tão sentida, e que feio esses pais do menino não terem se importado no mínimo deveriam pedir desculpas e corrigi-lo.

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