Não sei se crianças dinamarquesas fazem manha, mas sei que são felizes - EU CURTO SER MÃE

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Não sei se crianças dinamarquesas fazem manha, mas sei que são felizes


Depois de conhecermos os moldes de educação das crianças francesas, aquelas que não fazem manha (HaHaHa), chegou a hora da criação dos filhos na Dinamarca, considerado o país mais feliz do mundo pelo Relatório Mundial da Felicidade, das Nações Unidas, virar referência. No livro “Crianças dinamarquesas: o que as pessoas mais felizes do mundo sabem sobre criar filhos confiantes e capazes” , as autoras Iben Sandahl e Jessica Alexander apresentam uma teoria: a maneira como conduzem a infância é a base desta felicidade.

Os dinamarqueses priorizam a socialização no lugar de destacar conquistas. Alunos com menos de 13 anos não recebem notas por avaliações em escolas. Um popular modelo de escola para crianças de 2 a 6 anos tem a floresta como sala de aula. Esse formato de escola surgiu na década de 50 no País e, hoje, de acordo com estatísticas  da prefeitura,  Copenhague, a capital, tem 91 escolas nesses moldes, abrigando cerca de 4 mil alunos, em um universo de 20 mil.

A educação dos pequenos dinamarqueses é permeada por liberdade com limites, formação cidadã e o que chamam de “hygge” (pronuncia-se “ruga”), momentos de alegria com pessoas queridas.

Segundo uma das autoras, na Dinamarca a socialização é muito mais importante que notas e conquistas. A empatia é um ponto forte na educação. As brincadeiras são consideradas de extrema importância durante a infância e um instrumento de aprendizado. "Não há nada a “realizar” numa brincadeira, e a personalidade da criança pode se desenvolver. Isto é um dos grandes motivos para nosso país ser o mais feliz do mundo", disse Iben Sandahl, dinamarquesa e psicoterapeuta especializada em crianças e família.

"A brincadeira livre é estranha para muitos. Deixe a criança ser criança e brincar mais! Isto é algo que temos feito há tempos. Com essa liberdade, a criança explora o mundo ao redor sem muita interferência dos pais e se desenvolve sem perceber, nos seus próprios termos. Assim, ela pode escolher o que fazer. Hoje em dia, os pais estão tão preocupados em programar tudo para os filhos que muitas crianças não têm a habilidade de tomar decisões", explica Iben. 

Responsabilidade compartilhada

Um ponto bem interessante do que é praticado na Dinamarca diz respeito ao apoio financeiro aos pais durante o início da vida da criança. A gestante tem direito a uma licença de quatro semanas antes do parto e 14 dias após o nascimento.Após o período, há uma licença de 32 semanas, cerca de 8 meses, que pode ser dividida entre pai e mãe. Nesse processo, muitos homens assumem os cuidados com  bebê enquanto a mulher volta ao mercado de trabalho e isso beneficia muito a relação familiar. 

Jéssica Alexander, a outra autora, explicam que os pais dinamarqueses estabelecem limites, mas isso é feito com muito respeito. Ela tem formação em Psicologia, é americana, casada com um dinamarquês e radicada na Itália. "Não é fácil, mas costumo dizer que os dinamarqueses enxergam o papel de um pai ou uma mãe como um farol: eles enviam sinais consistentes, e as crianças devem aprender como navegar em suas vidas. A questão não é controlar, mas, sim, guiar".

A tecnologia também é abordada. Segundo contam, as crianças têm acessos à celulares e tablets, mas com restrições. Na hora das refeições, por exemplo, os itens não são permitidos. Embora defenda a tecnologia como um instrumento pedagógico que pode ser um recurso para acalmar uma criança em alguns momentos, Iben acredita que o uso excessivo seja prejudicial. "Insisto na importância dos momentos em que ninguém está ligado neles, todo dia. O cérebro das crianças precisa de paz, e os adultos precisam controlar e dar limites que façam sentido. Somos nós, os pais, que decidimos que tipo de família queremos ser"

* Fonte; O Globo



CRIANÇAS DINAMARQUESAS
Não ficção
AUTORAS: Jessica Joelle Alexander e Iben Dissing Sandahl
Tradutor: André Fontenele
Páginas: 144
Preço: R$ 34,90

E-book: R$ 23,90



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