Vida de mãe acadêmica - EU CURTO SER MÃE

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Vida de mãe acadêmica

Oi pessoal, tudo bem? Hoje eu resolvi falar sobre a minha experiência de viver a maternidade e conciliar com a minha rotina acadêmica.

Sabemos o quão difícil é a missão de ser mãe, e como ela se torna ainda mais complicada pela necessidade nos dedicar à diversas atividades além de cuidar da cria. Comigo não foi diferente, além de mãe, esposa, filha...eu também era estudante em período integral e enfrentar a maternidade durante a faculdade foi um dos maiores desafios da minha vida.

Quando comecei a faculdade eu já estava casada, na época eu trabalhava mas decidi que faria enfermagem e precisei abrir mão do meu emprego uma vez que o único curso aqui é diurno. Eu e meu marido decidimos que tentaríamos a gravidez durante o curso e que não havia necessidade de trancar a faculdade se tudo ocorresse conforme planejávamos. E no final de 2011 começamos as tentativas. Lembro que naquele ano no segundo semestre, tive uma professora de anatomia que encorajava a minha decisão e nossas conversas sempre foram motivadoras, pois tinha receio de não conseguir conciliar.

Como eu já disse aqui no blog, não foi fácil engravidar e eu tive duas perdas gestacionais. Sofri muito e esses dois momentos ocorreram durante as minhas férias, então não precisei me ausentar das aulas e pude me preservar mais. Quando engravidei da Laura eu também estava de férias, iniciando o penúltimo ano do curso e quando as aulas começaram eu resolvi esperar um pouco até contar a novidade aos meus colegas. Logo após o início do curso eu tive descolamento de placenta e me afastei por atestado médico, precisei fazer repouso absoluto. Quando retornei à minha rotina na faculdade, eu contei a novidade a todos e foi um momento muito feliz.

Estudei até o 8º mês de gestação e minha intenção era frequentar as aulas até as vésperas do parto mas não foi possível. Durante a gestação eu fiz estágio em postos de saúde e hospitais. Eu sentia muito desconforto já que muitas vezes eu ficava muito tempo em pé, mas não ter aula nas sextas feiras já ajudava bastante. E no final da gestação o desconforto era tanto que eu não conseguia prestar atenção nas aulas, levantava muito pra ir ao banheiro, sentia muito enjôo, azia, dores e meu obstetra resolveu que seria melhor que já me afastasse das minha atividades acadêmicas.


Laura nasceu e tudo ocorreu muito bem. Minha licença maternidade se prolongou devido as férias de final de ano. Durante a licença maternidade eu fiz muitos trabalhos em casa, enormes atividades e um bebezinho precisando de toda a minha atenção. Foi muito difícil e muitas vezes Laura ficava na cadeirinha de descanso e eu balançando a cadeirinha com o pé enquanto lia e escrevia. Algumas vezes por causa do prazo eu lia enquanto amamentava. Quando retornei precisei dar conta do novo ano letivo e das minhas atividades domiciliares, da tão temida monografia, do estágio curricular e ainda repor estágios que perdi durante a licença.

Quando a licença estava acabando eu comecei a introduzir a mamadeira, ela estava com 5 meses e não aceitava de jeito algum, eu sofri e achei que precisaria trancar o curso. Agora ela era a prioridade e eu trancaria se fosse preciso mas ao ficar com as avós ela aceitou a mamadeira e a adaptação na creche muito muito tranquila, depois vou contar com mais detalhes sobre a experiência da creche. Foi um período de muita insegurança, sofrimento mas também de transformação. Meu último ano de curso foi ainda mais estressante e cansativo que o normal, um ano cheio de obstáculos e desafios que foram superados.

Não me arrependo da decisão de ter continuado a faculdade e ter deixado a Laura tão pequena na creche. Eu precisava concluir os meus estudos e acredito que se tivesse adiado por mais 1 ano o meu retorno, poderia desanimar e acabar não retornando. É importante dizer que independe da sua escolha, seja ela retornar ou não ao seu trabalho\estudo não te faz menos mãe ou uma mãe melhor. Cada vivência é um universo diferente, e não nos cabe julgar e sim apoiar a mãe em sua decisão. Eu tive muito apoio, claro que enfrentei críticas mas isso só fortaleceu a minha decisão, afinal ninguém conhece as nossas lutas melhor que nós mesmos.

Neste ano eu me formei, sou bacharela em enfermagem, uma conquista que fruto de muita dedicação e persistência. Nunca enxerguei a Laurinha como um obstáculo, pois ela se tornou a minha maior motivação. Atualmente sou mestranda em ciências ambientais, recentemente passei na seleção do mestrado: um novo desafio que irei encarar, o início de uma nova jornada.

Esta é a minha experiência como mãe e estudante, ela continua e ainda pretendo ir além. Acredite, você pode ser muito mais forte do que imagina! Aprendi que sou capaz, e momentos de medo insegurança fazem parte mas não podem ser maiores que nossos objetivos.

Beijos,
Micaele Gomes








2 comentários:

  1. Oi coisa boa ler sobre isso, eu tranquei a faculdade logo quando entrei no segundo trimestre da gestação da Sofia por ameaça de parto prematuro, a faculdade esta trancada ainda, mas quero muito voltar Sofia ja esta com 1 ano e falta muito pouco para me formar, sei que vai ser difícil mas também sei que vai valer a pena.

    Beijos
    **
    decidisermamae.blogspot.com.br

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