Relacionamentos em risco - EU CURTO SER MÃE

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Relacionamentos em risco


Quero tocar em um assunto delicados. Delicado, tenso e, pelo que notei, recorrente. A maioria dos casais ao dar de cara com o primeiro filho, aquele tantas vezes sonhado, é tomado não só por um amor absurdo por aquela criança, como também por uma série de perguntas e inseguranças. Um bebê muda absolutamente tudo.  Da rotina na casa à relação do casal, nada permanece intacto.

E é aí que o sonho pode se tornar um pesadelo. Alguns homens, munidos de desinformação, acabam repulsando a realidade dos primeiros dias de vida de um recém nascido. Aquele choro constante, a privação de sono, os hormônios maternos levam o homem ao questionamento: isso será a minha vida agora?

Há uma certa falta  de companheirismo neste comportamento, verdade seja dita. Afinal, se é difícil para o homem, imagine para a mulher. Este comecinho, mesmo com toda a magia que envolve a situação, é difícil para todas nós. São tantas novidades e medos. Tantas responsabilidades e o nosso corpo em erupção hormonal. 

Além disso, até os três meses de vida, o bebezinho passa pelo que chamam de extero gestação, que é como se a gestação continuasse aqui do lado de fora nos primeiros 90 dias de vida. Neste período, ele ainda é bastante dependente da mãe. Ele pouco interage com os demais e isso pode levar a nova mamãe à exaustão. A mulher que opta por amamentar ainda tem o desafio de produzir leite e regular a necessidade do filho com essa produção, passando por obstáculos que vão de machucados no bico do seio à empedramento do leite. Com o detalhe que os níveis de estresse e cansaço podem influenciar diretamente nesta produção.

Diante de tudo isso, desempenhara o papel de mulher pode ser um pouco desafiador. A prioridade, afinal, é o bebê e todo o resto só vai conseguir se encaixar no novo padrão com o tempo. É, enfim, um período de caos, verdade seja dita. E é onde a desinformação masculina, aliada à impaciência e à falta de companheirismo, podem bater de frente com uma oferta muito mais sedutora: uma nova vida de diversão ao lado de uma mulher sem problemas, com tempo livre disponível, bem disposta, alegre, festeira e pronta para virar madrugadas fazendo sexo.

Infelizmente, muitos homens acabam tendo envolvimento com outras mulheres justamente quando suas fêmeas e suas crias mais precisam deles. Sim, somos animais. Nada mais poderia explicar isso. Já seria triste que esse movimento desleal fosse feito apenas pelos homens, numa busca irracional por diversão. Mas, pasmem, muitas mulheres aproveitam-se desse momento de fragilidade extrema para atacar. 

Justamente sabendo, ou supondo, que a esposa encontra-se envolta em mil novas atividades e que, inevitavelmente, acaba deixando o maridos em segundo plano, inicialmente, algumas mulheres despem-se de qualquer pudor e investem num pesado jogo de sedução, sem pensar que amanhã pode ser a vez delas mesmas estarem em posição de "desvantagem" ao se verem igualmente envolvidas com a maternidade.

E é assim que muitas família se desfazem, se abalam, se perdem. É assim que novos relacionamento acabam sendo construídos, atropelando um momento especial que deveria ser vivido igualmente por pai e mãe. 

O que queria dizer aos novos pais e mães é que tenham paciência. Paciência uns com os outros, como o bebê, com a situação. E que tenham em mente que isso tudo vai passar e muito rápido. Em pouco tempo, estarão todos vivendo aquilo que tanto sonharam. Acreditem: tudo vai indo para o seu lugar e o bebê passa a ser um feliz integrante do que antes já era bom. 

Tente, papai, focar o máximo que pode em seu lar. Por mais que a oferta lá fora seja tentadora, busque o que o uniu à mãe de seu filho e lembre-se de quais eram seus planos para quando a família estivesse completa. Ofereça mais do que sua ajuda física. Ofereça o suporte emocional que esta mulher precisa para que desempenhe o mais importante papel de toda a sua vida. Apoie, alente, conforte. Seja para ela um verdadeiro companheiro. Por ela, por você e pelo seu bebê. Isso é o mais importante que você pode fazer por seu filho neste momento. 




Um comentário:

  1. Perfeito esse texto... você conseguiu traduzir em palavras o que muitas mulheres passam e pensam nessa fase da vida. Parabéns Leticia. Como sempre perfeita nas palavras.

    Priscilla.

    ResponderExcluir

O que você acha?